A derrota em casa para a LDU na noite desta terça-feira (20), que gerou a eliminação na Copa Sul-Americana, não estava nos planos do Grêmio. Porém, não há tempo para lamentar. Já no próximo sábado (24), o time de Felipão volta ao gramado da Arena para encarar o América-MG e dar sequência à sua luta para deixar o Z-4 do Brasileirão.
Menos de 24 horas depois, parece difícil dar a volta por cima, mas — se serve como alento —, nas duas últimas vezes em que caiu fora do torneio continental, o Tricolor se reergueu e, ao final do ano, comemorou ao menos uma vaga à fase preliminar da Libertadores. Será que consegue repetir este feito em 2012? Relembre as outras duas ocasiões:
2010: do Z-4 ao G-4
Há 11 anos, a situação era bem semelhante à condição atual vivida pelo clube, que também estava na zona de rebaixamento do Brasileirão e iniciava um trabalho como um novo comandante. Era a primeira passagem de Renato Portaluppi como treinador do Grêmio e, logo na estreia, acabou derrotado por 2 a 0 pelo Goiás, em pleno Estádio Olímpico, dando adeus à competição continental na sua fase inicial.
Três dias depois, o Tricolor voltou a campo para encarar outra vez aquele mesmo Goiás e deu o troco: vitória por 2 a 0, com gols do volante Willian Magrão. O resultado, aliás, tirou o time do Z-4 naquela rodada.
O time ainda voltaria à condição de rebaixado após perder duas consecutivas, para Ceará e Santos. Porém, quando ninguém esperava, enfileirou uma campanha de recuperação, vencendo 14 dos 22 jogos seguintes (63,6% de aproveitamento). Ao final da temporada, os comandados de Renato alcançariam a quarta colocação na tabela, com o melhor ataque do campeonato, Jonas como goleador (23 gols) e classificado à fase preliminar da Libertadores de 2011 — ironicamente, porque o Goiás perdeu a final da Copa Sul-Americana para o Independiente-ARG e uma vaga a mais foi garantida via Brasileirão.
2012: perda da vaga direta
Em 2012, a situação era completamente oposta. Quando foi eliminado nas quartas de final da Copa Sul-Americana, pelo Millonarios, em Bogotá, após derrota de virada por 3 a 1, o Tricolor era o vice-líder do Brasileirão.
Restavam apenas mais três rodadas para o término do campeonato e, embora não tivesse mais chances de alcançar o Fluminense, de Muricy Ramalho, que estava 10 pontos à frente, o time comandado por Vanderlei Luxemburgo queria garantir uma vaga direta à fase de grupos da Libertadores. No entanto, a queda para os colombianos abalou a confiança do vestiário.
Nas partidas seguintes, o Grêmio empatou por 2 a 2 com a Portuguesa no Canindé, venceu o Figueirense em Santa Catarina e, mesmo em casa, ficou no 0 a 0 com o rival Inter, que atuou com dois jogadores a menos por quase todo o segundo tempo. Aliás, este foi o último Gre-Nal do Estádio Olímpico.
Os tropeços fizeram com que o Grêmio caísse para o terceiro lugar, sendo ultrapassado pelo Atlético-MG. Como o São Paulo foi campeão da Copa Sul-Americana naquele ano, o Brasileirão perdeu uma vaga direta para a Libertadores e o time gremista teve de duelar com a LDU na temporada seguinte para alcançar a fase de grupos.