Estão enganados aqueles que pensam que Luiz Felipe Scolari organiza sua equipe para jogar da forma como fez no Gre-Nal e, principalmente, contra a LDU, em Quito. É bem verdade que ele gosta de armar o time de forma muito consistente na defesa, com os meio-campistas sabendo marcar, protegendo a zaga e, ainda, dentro do possível, assistindo o ataque. No entanto, pela experiência que tive trabalhando com Felipão — diretamente, durante quatro anos consecutivos, quando ele conquistou diversos títulos importantes —, sinto-me capaz de opinar sobre a sua forma rotineira de atuar.
Quando me refiro a esta forma de jogar, obviamente, levo em consideração que o elenco lhe ofereça jogadores com todas as características necessárias, para poder optar pelo esquema que mais lhe favoreça. Em todo o período em que estivemos juntos, Felipão sempre teve uma equipe muito forte defensivamente, sem ser retrancada.
Diria até que, preferencialmente, ele gosta de jogar com dois volantes, dois meias e dois atacantes — com um deles jogando pelo lado de campo, com muita velocidade. Na ausência de um centroavante típico, do seu gosto, Felipão já demonstrou capacidade plena de organizar um time com dois atacantes de movimentação e velozes. Os dois, inclusive, em alguns lances, fazendo às vezes de centroavante.
Como regra, ele nos apresenta, quase sempre, uma equipe equilibrada, consistente defensivamente, mas que jamais abdica de atacar e vencer. Daqui a pouco as vitórias virão.
