Depois de dias de conversas, o Grêmio anunciou, na tarde desta terça-feira (20), Marcos Herrmann como novo vice-presidente de futebol. O dirigente, que também é vice eleito da gestão de Romildo Bolzan Jr., assume o cargo vago desde a saída de Paulo Luz logo após a final da Copa do Brasil e tem como primeira missão anunciar o novo treinador. Em sua apresentação no começo da noite, Herrmann admitiu o contato com o técnico Tiago Nunes, mas disse será necessário ampliar as conversas antes da oficialização do acordo com o gaúcho de 41 anos.
Desde a saída de Renato Portaluppi, na última quinta-feira (22), a direção gremista planejou definir o comandante do departamento de futebol antes da contratação do novo treinador. Escolhido por Romildo, Marcos Herrmann inicialmente mostrou resistência em razão de compromissos pessoais para assumir o cargo que já ocupou na gestão Luiz Carlos Silveira Martins, o Cacalo, entre 1997 e 1998. Na ocasião, ele foi o responsável pela contratação do técnico Sebastião Lazaroni, que sofreu uma eliminação precoce no Gauchão para o Brasil de Pelotas e acabou demitido. Depois chegou Edinho, que também não teve sucesso no início do Brasileirão, o que levou a mudanças no departamento de futebol, a saída de Herrmann entra elas, e a chegada de Celso Roth.
Marcos Herrmann se tornou conselheiro gremista em 1994. Desde 2013, na gestão Fábio Koff, exerce a função de vice-presidente eleito e seguiu nos mandatos de Romildo Bolzan. No âmbito profissional, ele é formado em direito e tem pós-graduação em administração de empresas. Herrmann deverá ser auxiliador por dois diretores no departamento de futebol e um executivo.
O que falta para o acerto com Tiago Nunes
O Tiago está na lista, já conversamos com ele e com outros treinadores. Queremos ter a definição em um futuro bastante curto. Eu e os meus colegas estamos satisfeitos com o trabalho do Thiago Gomes (interino) e, por isso, não estamos ansiosos, mas queremos resolver rapidamente. A gente precisa debater e estressar um pouco os conceitos. Isso é importante porque não podemos ter surpresas futuras. Vamos ter de combinar, debater, conversar, ter empatia, a certeza de que pensamos de um modo semelhante.
O Brasil tem treinadores muito interessantes e modernos. Um deles é o Tiago Nunes e tivemos uma conversa muito boa. Temos um grande respeito por ele, mas não acertamos. Vamos conversar. Ele precisa ter empatia com o clube, com o presidente, o vice de futebol, o CEO, com todos. Esse conjunto precisa ser harmônico porque fazemos um time que precisa funcionar dentro e fora de campo. Estamos debatendo e penso que vamos chegar a um bom resultado.
O peso de precisar substituir Renato
O Renato é insubstituível na história do Grêmio, mas precisamos tirar essa carga do novo treinador. Vamos deixar trabalhar. O técnico contratado virá pelas qualidades que tem. Vamos contratar por confiar na sua qualidade. É importante que venha um treinador com gosto de trabalhar com jovens. Temos uma gurizada com muito valor e que pode agregar muito para o clube. Renato é um ídolo, alguém que me fez muito feliz há quase 40 anos e também em um passado recente. Ele vinha fazendo um trabalho fantástico. Foi um ciclo que fechou, mas que não muda nada no apreço que todos nós temos por ele. Não tenho nenhuma dúvida de que um dia ele voltará, mas nos deu exemplos positivos que vamos usar. Vamos tentar aprender para tocar o futuro do clube.
A demora para aceitar o cargo
Somos apaixonados pelo clube, mas temos outros compromissos. Eu tenho dificuldade de compatibilizar as minhas atividades com o clube, mas, na, verdade, era uma convocação. Vários companheiros do conselho de administração já estiveram no cargo e agora senti a necessidade de que era a minha vez.
A marca que quer deixar como vice de futebol
Se eu quiser botar uma marca é da taça no armário. Isso que eu gostaria de deixar de legado para o clube. Isso é um sonho, mas tem tantos outros clubes querendo. No caso da Copa do Brasil, por exemplo, tem quase outros 100 clubes querendo impedir. Então é complicado. Todo time passa por entressafra. Quando se é muito vitorioso, mas o clube é problemático, a transição é muito mais difícil. Temos um clube redondo, as contas em dia. Um clube saudável financeiramente tem esse facilitador. É possível retomar essa capacidade de chegar nas competições.
Reforços
Não me preocupo de encher o aeroporto de torcedores na chegada do reforço. Quero que em dois ou três meses haja o aplauso da torcida. Vamos analisar bem cada reforço. O dinheiro não é meu, do Romildo ou do conselho, é do clube. Faremos o máximo de análise para trazer os reforços, que sabemos que precisamos, para fazermos boas campanhas no Brasileirão, na Copa do Brasil e na Sul-Americana.
Avaliação do elenco
Penso que temos um elenco muito interessante. Mesclamos jogadores experientes e vitoriosos com jovens com muita vontade de vencer. Agora é fazer a roda girar, o time está jogando e conseguindo resultados. É claro que precisamos melhorar muito, mas esse é um momento de transição de ciclo, o que causa dificuldade para qualquer clube. Peço paciência com o torcedor, mas tenho certeza de que podemos construir um futuro muito interessante.