No sorteio da Libertadores, existe um desejo tácito entre os brasileiros: eles querem evitar viagens longas, a altitude e os argentinos. Ao ser vice-campeão da Copa do Brasil e ser confirmado como o "Brasil 7", o Grêmio teria que enfrentar o Ayacucho no interior do Peru. Seria necessária uma viagem de logística mais complicada e encarar os 2,7 mil metros de altitude. Porém, é provável que o confronto de volta da segunda fase preliminar sequer seja disputado no Peru. Assim, o clube gaúcho fugiria de um deslocamento mais complicado e de jogar nas alturas.
As regras impostas pela Conmebol são de que, neste momento, os jogos pelo torneio em solo peruano devem ser disputados na capital Lima, segundo Víctor Villavicencio, gerente do Campeonato Peruano, em entrevista ao jornal Depor. Porém, o país não está aceitando voos provenientes do Brasil.
Há uma grande preocupação de que a cepa brasileira do coronavírus se espalhe pelo Peru. Caso a medida não seja revogada ou não seja aberta uma exceção para a delegação gremista, a partida marcada para o dia 16 terá de ser disputada fora do Peru. O jogo de ida será quarta-feira (10), na Arena.
A expectativa é de que as autoridades peruanas tomem uma decisão na manhã desta segunda-feira (8) no horário peruano.
— Tanto o Brasil quanto o Peru possuem inconvenientes (por causa da pandemia). Estamos em uma decisão —, explica Rolando Bellindo, presidente do Ayacucho.
Se tiver que jogar fora do seu país, uma das alternativas para Los Gasíferos é mandar seu jogo em Assunção, no Paraguai. Porém, disputar a partida na Bolívia e no Chile também é cogitado.
Mesmo que as fronteiras entre os dois países estivessem abertas, o clube não poderia mandar o duelo de volta em casa. O Estádio Ciudad de Cumaná não foi liberado para receber partidas da Libertadores por não contar com refletores. A intenção era jogar ainda mais próximo do céu, nos 3,3 mil metros de altitude de Cusco.
Mesmo que a vontade inicial fosse escolher uma cidade de altitude elevada, a condição não é obrigatória para o Ayacucho.
—Não necessariamente. As circunstâncias nos limitam e nos condicionam. Vivemos uma crise pandêmica dos dois lados. Temos de achar a melhor alternativa — ressalta Bellindo.
A situação da covid-19 no Peru também é preocupante. O país vive a sua segunda onda de casos. Até o momento, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, são 1,3 milhão de infectados e 47 mil mortos. A população do Peru é de 32 milhões de habitantes. Até agora, foram aplicadas 365 mil doses da vacina no país.