Ao mesmo tempo em que o Grêmio realizava seu jogo protocolar contra o Ayacucho, para sacramentar a classificação à terceira etapa da fase preliminar da Libertadores, o Independiente Del Valle se credenciava para ser o próximo adversário tricolor na competição continental. A apenas nove quilômetros de distância de onde o time gremista atuava, em Quito, os equatorianos reverteram o insucesso carregado do Chile ganhando por 6 a 2 e eliminando o Unión Española. Na ida, os chilenos haviam vencido por 1 a 0.
Embora tenha sido fundado em 1958, o clube se destacou mesmo na última década, depois de implementar um projeto para revelar jovens atletas. Assim, chegou à final da Libertadores em 2016, perdendo o título para o Atlético Nacional de Medellín, e em 2019 conquistou a Copa Sul-Americana. Duas temporadas depois de seu maior título, o time se mostra bastante diferente. A começar pela saída do treinador espanhol Miguel Ángel Ramírez, que agora está no Inter. Para seu lugar, foi contratado alguém do mesmo perfil: o português Renato Paiva, que construiu a carreira nas categorias de base do Benfica.
Porém, a troca no comando técnico fez a equipe oscilar. Foram apenas cinco jogos até agora. com duas vitórias e três derrotas. Um destes tropeços se deu no confronto de ida contra o Unión Española, no Chile, quando teve maior posse de bola do que o adversário (64%), finalizou muito mais (12 contra cinco), mas não conseguiu converter os arremates em gols. Assim, foi derrotado por 1 a 0, com gol contra de Beider Caicedo.
Além disso, foi preciso dar um tempo para que os reforços se encaixassem no modelo de jogo. Destes, destacam-se o volante Previtali, contratado junto ao Atlanta-ARG, e os atacantes Joffré Escobar, ex-Huachipato-CHI, e o paraguaio Braian Montenegro, que estava no Olimpia-PAR.
— São muitas as diferenças no jogo. Com Ramírez, a equipe tinha mais profundidade. Hoje, com Renato, a equipe sustenta mais a posse de bola. Há uma rotação total de escalação, sempre pensando no rival e em como tirar proveito das características de cada jogador. Para ele, não há time de Libertadores ou de Campeonato Equatoriano. Todos estão aptos a jogar. Não se vê uma equipe A ou B, se não como as características de cada jogador podem ajudar no bom desenvolvimento do jogo. Dependendo do rival, se planifica a melhor estratégia — explica o repórter Julio Paredes, da Rádio Redonda, de Quito.
A fórmula do sucesso da equipe é descrita da seguinte forma pelo jornal El Comercio: "A mescla de jogadores experimentados com os que vão saindo da base outorga à equipe precisão, esforço e generosidade até a última ação de cada partida, no que se sobressai o meia Pedro Vite, de 19 anos. Para a tarefa de corrigir e consolidar os juvenis, aparecem o zagueiro argentino Richard Schunke, seu compatriota e meia Cristian Pellerano e o aporte do também meia argentino Lorenzo Faravelli".