Pepê realizará o sonho de jogar na Europa. Em julho, o atacante se despedirá do Grêmio para defender o Porto. De acordo com informações divulgadas pelas duas partes, a transferência foi concluída em 15 milhões de euros (cerca de R$ 98,6 milhões). No entanto, um outro valor presente no comunicado do clube português chamou a atenção: o valor da multa rescisória de 70 milhões de euros (pouco acima de R$ 460 milhões).
Embora corresponda a cifras elevadíssimas, a curiosidade está no fato de que, em Portugal, Pepê terá uma multa rescisória bem inferior à que tinha na Arena. No início de agosto, quando renovou o vínculo do jogador, o Tricolor estipulou em 150 milhões de euros a quantia a ser recebida para uma eventual quebra de contrato. Como se viu, a negociação não chegou nem perto deste montante.
Ainda assim, a nova multa contratual de Pepê está abaixo de outros atletas recentemente levados do Brasil para Portugal. Evanilson, por exemplo, contratado pelo mesmo Porto junto ao Fluminense, em setembro de 2020, tem uma cláusula rescisória de 100 milhões de euros. A de Everton Cebolinha com o Benfica, por sua vez, é de 150 milhões.
A explicação está no próprio Porto. Tido como um clube que aposta em jovens sul-americanos para revendê-los a outros centros da Europa, o clube português não costuma colocar multas muito altas para não assustar compradores. Mas, ao mesmo tempo, prefere se resguardar de concorrentes de mesmo porte. Até hoje, a venda de maior proporção realizada por eles foi oo zagueiro Éder Militão, ex-São Paulo, negociado com o Real Madrid, em 2019, por 50 milhões de euros.
— O Porto nunca coloca cláusulas de rescisão muito altas. Houve algumas exceções como essa do Evanilson. Mas, por exemplo, o Porto nunca vendeu um jogador por 70 milhões. É mais comunicação do que outra coisa. O Porto colocou uma cláusula de 125 milhões no Fábio Silva e o vendeu por 40 para o Wolverhampton — explica o jornalista Sérgio Pires, do site Mais Futebol.