O São Paulo de Fernando Diniz engrenou. Demorou, mas está jogando um futebol ofensivo, com resultados e continuidade. Os paulistas chegaram à semifinal da Copa do Brasil ao mesmo tempo que conquistaram a liderança do Brasileirão. Os dois gols necessários para reverter a vantagem do Grêmio no Morumbi levariam a equipe à marca de 100 gols no ano.
— O desafio maior foi se fortalecer internamente quando parecia que estava ruindo o mundo. Essa foi a maior grandeza do time — analisou o técnico Fernando Diniz, na coletiva depois da vitória sobre o Fluminense, no sábado (26), pelo Brasileirão: — Aqui conseguimos nos juntar cada vez mais e tirar o melhor de cada um. Mostramos que temos um elenco forte. Quem saiu, voltou bem.
Diniz escalou força máxima contra os cariocas para ampliar a vantagem na tabela de classificação. Perdeu Pablo para a decisão contra o Grêmio, lesionado.
Confira cinco trunfos que podem levar o São Paulo à final da Copa do Brasil:
Taça inédita
O São Paulo da primeira década de 2000 conquistou três Campeonatos Brasileiros, a terceira Libertadores e o terceiro Mundial. Em 2012, veio a inédita Sul-Americana, e de lá para cá um jejum que já dura oito anos. A Copa do Brasil pode ser a solução ideal deste problema, ainda mais porque o clube nunca conquistou uma. Um dos líderes do elenco é Daniel Alves, 37 anos, o jogador que mais taças levantou na história do futebol mundial. A combinação pode funcionar.
Técnico em ascensão
Fernando Diniz, 46 anos, está no 11º clube da carreira que começou em 2009. Seu único título na categoria profissional foi a Sul-Americana com o Athletico-PR em 2018. Uma conquista de Copa do Brasil — inédita para o clube — comandando o São Paulo seria uma chancela a mais no trabalho que chegou ao centro do país questionado após o título continental levado para Curitiba.
Time maduro
A temporada colocou elencos à prova. Os resultados até outubro não eram bons, passando por eliminação na Libertadores e rendimento abaixo do esperado no Brasileirão. Diniz teve respaldo da diretoria paulista, completou segundo ano no cargo e conseguiu encontrar as fórmulas de jogo que funcionam para seus jogadores.
— Temos um elenco curto, mas muito comprometido. Tem menos jogador e mais time. O grande salto foi a construção nos momentos difíceis, foi um time que se mostrou muito resiliente. As porradas que sofremos não nos deixaram da mesma forma. Elas vieram e deixaram a gente diferente. É um time que colhe o que está merecendo — enalteceu Diniz, também na coletiva após o jogo contra o Fluminense.
Ataque eficiente
A arrancada do São Paulo rumo ao topo do Brasileirão foi construída com gols. No ano, são 98 marcados em 53 partidas — média de 1,85 por jogo. Arredondando, são os dois que os paulistas precisam para começar a pensar em eliminar o Grêmio, que venceu na Arena por 1 a 0.
Dobradinhas de Brenner
Brenner, 20 anos e 22 gols em 2020, é artilheiro da equipe e fez, no final de semana, sua sétima partida com dois gols na temporada. O desempenho individual dele na vitória por 2 a 1 sobre o Fluminense foi elogiada até pelo técnico Renato:
— É um garoto que o Diniz vem trabalhando e se destaca. Tem um futuro brilhante pela frente.
É esperança de Diniz e da torcida são-paulina para reverter a vantagem gremista no Morumbi, nesta quarta-feira (30). Uma vitória por um gol de diferença leva a decisão para os pênaltis. Dois gols de diferença para os donos da casa classificam o São Paulo. Um empate dá a vaga aos gaúchos.