Presente nas últimas cinco edições da Libertadores, o Grêmio acostumou o seu torcedor a rumar para o entorno da Arena, no bairro Humaitá, em Porto Alegre. Mas em 2020, por conta da pandemia, esta realidade mudou. Nesta quinta-feira (3), horas antes de o clube duelar por uma vaga nas quartas de final do torneio continental, contra o Guaraní-PAR, apenas moradores e comerciantes marcam presença nos arredores do estádio.
— Está tudo parado. Antes (da pandemia), em jogos grandes como os de hoje, todos os bares já estavam cheios desde manhã. Nós fazíamos churrasco e enchia de gente... É uma pena — conta Ruimar Capalonga, que administra com o irmão um bar em frente ao estádio gremista.
Localizado no mesmo lugar há 20 anos, o estabelecimento foi testemunha do surgimento da Arena, inaugurada em dezembro de 2012.
— Na época da obra, trabalhávamos quase 24 horas. Tínhamos que pedir licença para fechar. Os operários tinham os alojamentos e vinham para cá para tomar café, almoçar e jantar — revela o irmão Ederaldo.
A ausência de público nas cadeiras do estádio gremista também impactou a vida de alguns moradores da Vila Farrapos, que passaram a ver os jogos do Grêmio como um incremento de renda.
— Eu moro dobrando a esquina. Nos dias de jogos, eu usava a minha garagem para botar os carros e motos. Mas, agora, é desemprego total — afirma Cristiano do Nascimento — Depois da pandemia, eu comecei a cuidar os carros do pessoal que vinha visitar a Arena. Tirava alguns "pilas". Mas agora, em dia de jogo, é até pior porque eles colocam grades aqui na volta completa.
Grêmio e Guaraní-PAR se enfrentam às 21h30min, na Arena, pelo jogo de volta das oitavas de final da Libertadores.