O Grêmio terá mais quatro dias para virar a chave e pensar no jogo da próxima quinta-feira (22), quando receberá o América de Cali, pela última rodada da Libertadores. Porém, o empate por 0 a 0 com o São Paulo, no último sábado (17), ficará por mais um tempo entalado na garganta tricolor.
Nem tanto pelo resultado de campo, que mantém o time estagnado no meio da tabela do Brasileirão, e mais pelas reclamações sobre a arbitragem do paranaense Rafael Traci que, na visão do clube, sonegou pênaltis sobre Pepê e Geromel. No domingo, a direção pediu a anulação da partida.
— A troca no quadro de arbitragem comprometeu o crédito da arbitragem brasileira e de seus comandantes. O Grêmio foi flagrantemente prejudicado, embora os critérios: pênaltis, cartões e critérios de avaliações, sem falar no VAR, novamente omisso — declarou o presidente Romildo Bolzan Júnior, em nota divulgada no Twitter oficial do clube logo após o jogo.
A reclamação diz respeito à mudança feita na escala da arbitragem, a pedido do clube paulista, que estava insatisfeito com a colocação de Rodolpho Toski Marques no VAR, no Morumbi. Ele foi responsável por apitar a partida da última quarta-feira, contra o Fortaleza, pela Copa do Brasil.
— Os dirigentes do São Paulo estiveram na quinta-feira com o senhor Gaciba (Leonardo, chefe de arbitragem da CBF) e, desde aquele momento, a arbitragem estava condicionada e sob suspeição. Fizemos um grande jogo, merecíamos a vitória, e o que houve aqui foi um assalto — esbravejou o vice-presidente de futebol Paulo Luz, em sua entrevista coletiva.
Já não é a primeira vez que o Grêmio questiona a postura da arbitragem em seus jogos. Porém, o técnico Renato Portaluppi, que já havia sido um crítico feroz nas duas últimas rodadas, baixou o tom e preferiu elogiar a atuação do seu time.
— Não cabe a mim falar da arbitragem. Tenho é que falar da minha equipe. Hoje (sábado), fizemos uma grande exibição. Preparamos uma estratégia que deu certo e dominamos 90% da partida. Não vencemos, mas fiquei satisfeito porque, no momento certo, o Grêmio cresce nas competições, e isso traz uma confiança muito grande para todo mundo — pontuou.
Confiante pelo retorno de peças importantes, como Kannemann e Jean Pyerre, Renato agora ganhou novas dores de cabeça. Após entradas duras de seus marcadores, os atacantes Alisson e Luiz Fernando deixaram o campo lesionados no fim de semana e viram dúvida para o duelo com os colombianos.
— Todo jogador que se lesiona tem que passar pelos médicos e fisioterapia. Vamos aguardar. Ele (Alisson) já havia se machucado no primeiro tempo, tentou voltar, mas não conseguiu aguentar a dor. Vamos reavaliá-lo para saber se tem condições de jogar na quinta-feira ou não, mas o importante é que todos estão saindo do departamento médico — comentou o treinador.
Centroavante
Quem tem presença garantida é o centroavante Diego Souza, que cumpriu suspensão no campeonato nacional mas está liberado para atuar pelo torneio continental. Aliás, ele precisa mostrar serviço mais do que nunca, já que a direção intensifica a busca por um novo camisa 9.
Do Paraguai, surgiu a notícia sobre a proximidade de um acerto com o argentino Diego Churín, de 31 anos, do Cerro Porteño. O clube de Assunção, porém, estaria relutante em liberá-lo antes de janeiro de 2021.
— Nós estamos em tratativas, estamos negociando em várias frentes, mas não temos nada consumado. No momento oportuno, com a devida seriedade, faremos o anúncio se tivermos a possibilidade trazermos um reforço de qualidade — declarou Paulo Luz.
Portanto, a semana abre para o Grêmio com um desafio: buscar explicações sobre o episódio vivido na capital paulista, mas sem desviar o foco do que vem adiante.