Cria da base do Juventude na década de 1990, Itaqui foi contratado pelo Grêmio no final de 1997 para ser o substituto de Arce na lateral direita da equipe. Contudo, virou destaque do time no ano seguinte no meio-campo, deixando até mesmo Ronaldinho no banco de reservas.
— Com a chegada do Celso Roth, fui para o meio-campo e surgiu toda aquela situação de que o Ronaldinho ficou no banco para mim, que o Celso me colocou no lugar dele. Mas foi um momento meu, um momento do Grêmio, que estava difícil para todos os profissionais — conta Itaqui, hoje com 47 anos.
O momento ruim ao qual ele se refere foi o início de 1998. Eliminado nas quartas de final do Gauchão e da Libertadores, nas oitavas da Copa do Brasil e na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, o ano parecia perdido para o Grêmio. A reação só foi possível com a chegada de Celso Roth, em agosto, salvou o clube do descenso e ainda classificou o Tricolor para a fase de mata-mata.
— Nós precisávamos sair da zona de rebaixamento, eu entrei e, em quatro jogos, fiz cinco gols. Para mim, pessoalmente, foi o melhor ano no Grêmio. Fui escolhido o melhor jogador do ano no clube e ainda teve toda essa situação que o Ronaldinho ficou no banco para mim. Mas a gente sabe que foi circunstancial, que estava difícil para todo mundo, e o Celso achou um jeito de a equipe jogar —lembra o ex-jogador.
Com quatro títulos pelo Grêmio (dois Estaduais, uma Copa Sul e uma Copa do Brasil), Itaqui deixou o clube em 2001 para retornar ao Juventude. Depois, ainda rodou por diversos outros times, a maioria deles no interior gaúcho. Aposentou-se em 2011 e, a partir de então, passou a dedicar-se à carreira de técnico.
— Comecei uma nova carreira estudando, fazendo estágios, cursos e sigo a carreira de treinador. Já tive algumas passagens nas categorias de base do Guarany de Garibaldi, fiquei dois anos e meio na base do Juventude, de 2016 até 2019, também treinei a equipe profissional do Marau, e no ano passado, que foi o melhor momento da minha carreira de treinador. Fui para a Caçadorense, da terceira divisão do Campeonato Catarinense, e nós fomos campeões lá e fui eleito o melhor treinador da competição — diz Itaqui.
O ex-jogador vive hoje em Caxias do Sul, com a família. Porém, aguarda o retorno da segunda divisão catarinense para que possa voltar ao clube em que garantiu o primeiro título profissional da carreira de treinador.
— Hoje essa é a minha carreira. Estou para voltar lá para Caçador, teria voltado em abril se não fosse pela pandemia para a disputa da Segunda Divisão do Catarinense. Agora estou por Caxias do Sul, moro aqui, mas a gente para pouco. Trabalho bastante e quase não fico em casa — ressalta Itaqui, que ficou marcado como o jogador que colocou Ronaldinho do banco do Grêmio.