O ex-goleiro do Grêmio, Danrlei, deu sua versão sobre a bronca de Felipão no vestiário do Olímpico, após o time ter vencido a primeira final contra o Atlético Nacional da Colômbia por 3 a 1. O ídolo relembrou este e outros bastidores do título da Libertadores de 1995 com o Tricolor no Papo Gre-Nal desta terça-feira (9).
— Felipão não contou tudo para vocês. Além dos baldes, chutou os copos, as garrafas, e até algumas cadeiras que tinham pelo caminho. O time entrou no vestiário e parecia um velório, que tinha perdido o jogo. Ele gritava, estava bravo, transtornado — relata, destacando que o então dirigente Cacalo tentava acalmar o técnico.
Os jogadores ouviam as queixas cabisbaixos, segundo Danrlei. Ele concorda que o placar poderia ser considerado perigoso, mas achava que o elenco merecia moral pelo bom resultado. Depois da bronca e "sem pensar muito", o goleiro se levantou e pediu a palavra:
— Com todo respeito, professor, eu não vou tomar dois gols lá em Medellín. Somos campeões da América, o senhor pode ficar tranquilo.
O agora deputado admite que era explosivo e tinha temperamento difícil. No entanto, não se arrepende até das brigas em campo. Acredita que os episódios diminuíram suas oportunidades na Seleção Brasileira, mas que a postura firme fazia seus companheiros confiarem nele os momentos difíceis ao longo da carreira.
— Eu penso agora o que que me deu na cabeça? E se eu tomo dois gols lá? O Felipão me cobra e manda embora na hora. Mas naquele tempo a gente soltava o verbo — comenta, relembrando outra faceta de sua principal característica:
— "Cansei" de chegar na imprensa e convocar a torcida ao Olímpico dizendo que a gente ia ganhar o jogo. E o adversário não enxergava isso como soberba. Inflamava o torcedor e ele chegava animado, era bom para o espetáculo.