"Fico feliz por ter alcançado meu objetivo, que era chegar ao profissional. Não estou aqui para disputar a terceira vaga, quero jogar". Foi desta forma, que um confiante Phelipe Megiolaro concedeu entrevista à GaúchaZH em fevereiro de 2019, após ter sido titular da seleção brasileira no Sul-Americano Sub-20, disputado no Chile.
A frase do jovem goleiro mostra a personalidade adquirida ao longo dos anos no Grêmio, onde está desde 2013, quando foi buscado nas categorias de base da Ponte Preta. Apontado como uma grande aposta da posição, inclusive por Taffarel, titular da Seleção Brasileira em três Copas do Mundo.
— O Phelipe é um grande goleiro. Eu estive com ele na Seleção. Não é um goleiro altíssimo, mas é muito técnico e rápido. Tem um grande potencial — disse o atual treinador de goleiros da Seleção, em entrevista à Rádio Gaúcha em dezembro passado.
Com grande currículo nas seleções de base, Megiolaro inclusive já foi requisitado por Tite para a seleção principal. Durante a preparação para a última Copa América, ele participou da fase de treinamentos e até ficou no banco de reservas no amistoso contra o Catar, já que Alisson e Cássio ainda estavam com Liverpool e Corinthians, em jogos da Liga dos Campeões e Brasileirão.
Mas apesar de todo esse cartaz na CBF, o paulista nascido em Campinas ainda não conseguiu se firmar no Grêmio. De cotado à titularidade na reta final de 2019, após as inseguras atuações de Paulo Victor e do reserva Julio César, Megiolaro começou 2020 mais uma vez defendendo as cores da seleção brasileira, que disputou o Pré-Olímpico da Colômbia.
Após o torneio que garantiu a participação brasileira nos Jogos de Tóquio 2020 se esperava que ele pudesse se tornar um dos goleiros do elenco principal do Grêmio. Porém, o que se viu foi o contrário e Phelipe Megiolaro acabou perdendo espaço e não está entre os quatro goleiros inscritos na Libertadores. Neste momento, o jogador que renovou seu contrato com o clube até 31 de dezembro de 2022, com multa rescisória de 50 milhões de euros (R$285,5 milhões) e que acumula apenas dois jogos no time principal está em casa, assim como os demais jogadores do grupo de transição do Grêmio, que realizam atividades físicas e táticas por videoconferência.
— O que aconteceu com o Phelipe é algo natural. Acontece muito nesta fase (idade). É um processo de lapidação pelo qual já passaram Jean Pyerre, Pepê e Matheus Henrique, por exemplo —avalia o diretor de futebol do time sub-23 gremista, Kevin Krieger.
Nos bastidores, o que se comenta é que Brenno ganhou a condição de quarto goleiro do clube e está à frente na disputa em uma decisão tomada pela comissão técnica, que tem em Mauri Lima, seu novo preparador de goleiros.
Um dos fatores levados em consideração na avaliação interna é de que apesar do ótimo conceito que Megiolaro goza na Seleção Brasileira, a altura de 1,84m é um aspecto que pesa contra ele, já que todos os outros goleiros são mais altos: Vanderlei tem 1,95m; Paulo Victor 1,87m; Julio César tem 1,91m e Brenno 1,88m.