Se no futebol masculino é comum ver jogadores homenageando seus filhos — desde Bebeto a comemoração "nana-neném" ficou popularizada —, no feminino, isto é mais raro. Na dupla Gre-Nal, por exemplo, apenas uma atleta de todos os elencos de Grêmio e Inter comemorou o Dia das Mães junto com a filha: Carlinha, atacante gremista.
A jogadora de 35 anos é mãe da Diully, de 16. A carreira, que teve que ser interrompida na época da gravidez, foi retomada alguns anos depois. Hoje, ao lado da filha, ela se orgulha da maternidade comemorada no último domingo (10).
— O prazer de ser mãe e atleta é sensacional. É uma tarefa que não é fácil, mas acredito que eu consigo dar conta dos dois papéis. (...) Quando eu engravidei foi quando se desmanchou o futebol feminino no Grêmio. Tive que ficar afastada dos gramados — disse a atleta, que tem treinado em casa, chutando e cabeceando uma bola no muro do pátio para manter a forma.
Com Diully pequena, Carlinha manteve o sonho de ser jogadora. Por isso, contou com a ajuda de companheiras de equipe e comissão técnica para ficar de olho na filha durante os treinamentos.
— Quando ela era pequena, participou bastante. Ela tinha de ir junto nos treinamentos e acompanhar. Era o jeito que dava para ser mãe e atleta. Sempre tinha uma nos treinos para cuidar dela. Como ela ainda era pequena, ela chorava, porque sentia a minha falta. Às vezes era difícil entrar em campo e deixá-la — relembra.
Se normalmente domingo é dia de jogo ou viagem, o distanciamento social trouxe uma vantagem para a família da jogadora. Como não era praxe dos últimos anos, a família conseguiu se manter em casa para comemorar o Dia das Mães.
— Não estamos acostumados. É por uma precaução em um momento ruim, mas foi bom — contou.