Com direito a palco montado na pista atlética do Estádio Olímpico, Marcelo Moreno foi apresentado com pompas pelo Grêmio, no dia 20 de dezembro de 2011. Ao lado do presidente Paulo Odone, e sob o pipocar de fogos de artifício, o centroavante foi aplaudido por torcedores nas arquibancadas.
Em seguida, na loja do clube, distribuiu autógrafos e tirou fotos. A ação de marketing denunciava que, naquele momento, o boliviano era a maior contratação da história do clube: 6 milhões de euros (R$ 14,5 milhões, pela cotação da época).
A curiosidade é que, deste montante, a direção gremista acertou que pagaria "apenas" 4 milhões de euros. Para liberar o jogador, o Shakhtar Donetsk aceitou a engenharia financeira proposta: o restante do valor seria coberto pela liberação do passe do meia Douglas Costa, que havia sido negociado com os ucranianos no início de 2011 (o Tricolor havia permanecido com 15% de seus direitos econômicos).
— O Marcelo Moreno chega dentro daquela perspectiva que temos de reforçar a equipe e fazer um time competitivo para entrarmos na Arena com títulos — anunciou Odone.
De fato, a temporada de 2012 trazia grandes expectativas à torcida gremista. A inauguração da Arena era prevista para o final do ano e a diretoria começava a montar um time com contratações de peso. Dias antes, Kleber Gladiador havia sido apresentado em meio às obras do novo estádio.
Já Moreno chegava com o cartaz de ter sido o artilheiro da Libertadores de 2008, quando defendeu o Cruzeiro. Natural de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o centroavante revelado no Vitória retornava ao Brasil após dois anos em baixa na Europa. Comprado pelo Shakhtar, havia sido emprestado ao Werder Bremen, da Alemanha, e Wigan, da Inglaterra.
— Toda torcida quer você fazendo gol, dando seu melhor. Com certeza, a torcida do Grêmio está pensando naquele jogador do Cruzeiro, que foi goleador da Libertadores. Então, vou ter que trabalhar muito para dar meu melhor, para que os gols possam vir — anunciou o próprio jogador, então com 24 anos, na sua apresentação.
Como se sabe, as coisas não saíram exatamente como se imaginava. Mesmo sem ter sido decepcionante em sua primeira temporada pelo Grêmio (marcou 21 gols em 55 jogos), o boliviano não cativou o técnico Vanderlei Luxemburgo e revezou-se na titularidade com André Lima. Em 2013, com a chegada de Barcos, acabou emprestado ao Flamengo e, posteriormente, ao Cruzeiro. Retornaria a Porto Alegre em 2015, de onde se despediria definitivamente após quatro partidas, negociado com o futebol chinês.