O futebol, infelizmente, ficou em segundo plano no Gre-Nal 424. Depois de uma partida pegada, parelha, o assunto que dominou o pós-jogo foi a briga generalizada ocorrida a partir dos 40 minutos do segundo tempo do clássico desta quinta-feira (12), que era para ser histórico. Quatro jogadores de cada lado foram expulsos em decorrência da confusão, que foi reprovada pelo técnico Renato Portaluppi:
— Foi realmente vergonhoso para o Grêmio e para o Internacional, porque eles são profissionais, colegas de profissão. Ninguem é a favor de confusão.
Ainda que tenha falado do mau exemplo dado pelas duas equipes, o treinador gremista salientou que não comanda um "time de freiras" e nem queria que seus jogadores "dessem a cara para bater".
— Fui totalmente contra a confusão, sou contra a violência. Agora, já que começou, meu time não podia apanhar. Tinha de se defender. Teve o tumulto, não vamos botar as mãos para trás e apanhar. Tenho um grupo de homens — afirmou Renato.
O técnico gremista insinuou, ainda, que a briga começou por conta de um atleta rival. Ele não quis dizer, no entanto, quem seria o responsável pelo início da confusão.
— Tem que dar um basta, sim. Mas vocês já notaram que o Grêmio nunca começa a confusão? — questionou Renato, que garantiu que nos próximos clássicos, seja pelo Gauchão ou pela Libertadores, sua equipe entrará apenas para jogar futebol:
— Se jogarem futebol, nós também vamos jogar. O ânimo exaltado não vai ter da parte do Grêmio, vamos jogar futebol como sempre jogamos.
Por outro lado, o zagueiro e capitão gremista Pedro Geromel admitiu o erro por parte dos jogadores e pediu desculpas pelo ocorrido, especialmente por saber que deram um mau exemplo.
— Me sinto envergonhado como capitão do Grêmio, mas, de coração, não era nosso desejo. A gente veio jogar futebol, viemos para ganhar, mas infelizmente essa imagem da briga que passou — lamentou Geromel.
O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, criticou a confusão e espera que ela tenha servido para que os ânimos se acalmem para os próximos confrontos entre as equipes:
— Foi ruim, foi péssimo o que aconteceu. Não deveria ter acontecido. Acho que está todo mundo arrependido. Espero que a pauta sirva para que não haja acirramento de ânimos.
Sobre o jogo, em si, pouco foi dito. O técnico Renato Portaluppi entendeu que o Grêmio foi melhor, já que finalizou mais do que o adversário.
— Foram sete chutes do Grêmio contra cinco do Inter. Tivemos chances com Luciano, Geromel, Lucas Silva. Teve algum momento em que o Internacional teve vantagem na posse de bola, mas foi muito no campo deles. Independentemente disso, até os 85 minutos, foi um Gre-Nal, um jogo de Libertadores lá e cá, disputado, competitivo — destacou.
O treinador ainda celebrou a marca de 12 Gre-Nais dentro de casa sem perder, a maior invencibilidade como mandante no clássico:
— Agradeço ao meu grupo, eles que estão invictos. Fazemos um grupo forte justamente para isso.