A vitória do Grêmio por 3 a 2 sobre o São Luiz foi com portões fechados em virtude do coronavírus. Os jogadores e a comissão técnica tricolores entraram em campo com máscaras para homenagear as vítimas da doença e também em forma de protesto pela demora na paralisação das partidas dos campeonatos estaduais pelo Brasil. Em entrevista após a partida, Renato Portaluppi entrou na sala de imprensa com a máscara e fez um forte pronunciamento sobre a questão.
— Usamos as máscaras para alertar as autoridades: jogador de futebol, comissão técnica, todo mundo envolvido com o futebol também é gente. Nós não estamos imunes ao vírus. Quero saber de quem vai ser a responsabilidade, caso alguma coisa mais grave aconteça? Ou será que as pessoas não estão ligadas nisso? Será que o futebol brasileiro não tem que parar? O mundo inteiro está parado. Vamos precisar fazer uma greve? Será que precisaremos chegar nesse ponto? Acho que não precisamos chegar a isso. As pessoas responsáveis têm de ter bom senso de paralisar os campeonatos. Está dado o recado. Espero que as autoridades se botem no lugar do jogador. Se não quiserem parar, que assumam as responsabilidades — afirmou Renato.
O treinador também explicou que o clube já vem seguindo as recomendações feitas pelos médicos para a prevenção da doença e insistiu nas críticas pela não paralisação do Gauchão.
Jogador de futebol, comissão técnica, todo mundo envolvido com o futebol também é gente. Nós não estamos imunes ao vírus
RENATO PORTALUPPI
— Ontem (sábado) o doutor Márcio Dornelles nos deu uma palestra. Nos passaram as recomendações de lavar bem as mãos, evitar o contato, e as aglomerações. Tudo que o médico podia nos passar, nos passou. A gente trabalha no meio de muitas pessoas, inclusive nos treinamentos. A vida não tem preço, não acredito que alguém queira peitar os jogadores de futebol. Quando fecham os portões só se têm cuidado com os torcedores. Será que o jogador não é gente? A decisão já está atrasada. Se eles não tomarem, a gente vai tomar — ressaltou o técnico.
Renato disse que já conversou com o presidente Romildo sobre o assunto e que tem ciência de que outros clubes também já estão alertas sobre a situação.
—Outros clubes também estão alertando isso. A palavra greve é forte, mas eu gosto da minha vida. É um telefonema para os líderes dos clubes e as coisas acontecem no futebol. Não queremos chegar nesse ponto. É para ontem essa decisão. Tenho vários jogadores assustados. Como eles entram para jogar? Com que cabeça? — finalizou.
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