A lateral direita do Grêmio foi pauta ao longo da temporada e deverá seguir assim na virada do ano. Com a lesão de Leonardo Gomes, que só deverá voltar no fim do primeiro semestre de 2020, o titular passou a ser o veterano Léo Moura, de 41 anos. Como é improvável a permanência de Galhardo em 2020, surge a necessidade reforçar o setor. Em entrevista exclusiva a GaúchaZH, o veterano, porém, garante que quer seguir jogando com a camisa tricolor:
— Todos sabem da minha vontade de ficar aqui e jogar mais um ano.
Ele sabe, no entanto, que não aguenta atuar duas vezes por semana. Questionado se via laterais-direitos com potencial para jogar no Grêmio, indicou sem rodeios: Gilberto, do Fluminense, Marcinho, do Botafogo, e Guga, do Atlético-MG. Abaixo, principais trechos da conversa por telefone.
Tens o desejo de permanecer no Grêmio em 2020?
Todo mundo sabe o quanto estou feliz aqui. Fui muito bem recebido, foram cinco títulos conquistados nestes três anos. A minha vontade é grande de permanecer. Acho que tenho totais condições de jogar em alto nível e vamos ver se até o final do ano conseguimos sentar e definir o meu futuro.
O que falta para a negociação evoluir?
Se dependesse só do Grêmio, só da parte do treinador, da direção, eles sabem da minha vontade. Mas estou super tranquilo quanto a isso, temos algumas semanas pela frente até o final do campeonato, e tenho de aguardar para que eles possam tomar uma decisão.
A permanência do Renato poderia ajudar na tua continuidade no Grêmio?
Sim, pode facilitar, porque foi ele que me trouxe. É um cara que me conhece, que tem uma confiança grande em mim, eu também nele. Então espero que ele permaneça não só porque quero ficar ou não, mas acho que o Renato tem a cara do clube. Se a gente colocar esses últimos anos do Grêmio, o time tem chegado nas principais competições e isso tem o dedo do treinador. Então, a gente torce para que ele continue, para que o Grêmio siga tendo sucesso.
Está decidido a jogar mais um ano?
Tranquilamente. Esse é o meu objetivo: jogar em 2020. Aí, no final do ano, vou decidir se vou parar de jogar, mas a minha vontade e o que tenho em mente é de continuar. Minha vontade é de permanecer, mas, se não for aqui no Grêmio, vou jogar em outro clube em 2020. Mas o primeiro objetivo é continuar aqui para que eu possa encerrar a carreira aqui no Grêmio.
Esse é o meu objetivo: jogar em 2020. Aí, no final do ano, vou decidir se vou parar de jogar, mas a minha vontade e o que tenho em mente é de continuar"
LÉO MOURA
lateral-direito do Grêmio
Quais cuidados precisa um atleta com mais de 40 anos para seguir jogando?
Tenho de ter um pouco de cuidado no desgaste. Na recuperação, principalmente. De repente, ficar fora de um jogo muito próximo do outro. Esse cuidado que eu tenho de ter. A cada dia preciso estar muito mais preparado, é isso que venho fazendo e por isso me sinto em condições totais de jogar mais uma temporada.
O Renato já comentou algo internamente sobre a permanência ou não no clube em 2020? Ainda não chegou a falar com a gente, a comunicar. Até porque isso é uma coisa muito pessoal, é difícil entrar no detalhe. Mas a gente fica na torcida para que ele permaneça.
Os clubes têm de investir mais na formação de laterais-direitos?
Acredito que isso vem muito das categorias de base. Não é só no Grêmio. Você vê em outros clubes a dificuldade de formar laterais-direitos. Se eu puder, em algum momento, ajudar e estar próximo dos meninos da base, vou ajudar como fizeram comigo. A falta de lateral não é só no Grêmio. O Brasil, hoje, sofre com isso.
Seria uma escolha dos meninos, devido a uma espécie de glamourização menor da posição?
Isso acontece. Os meninos hoje têm como referência atacantes, jogadores de meio e dificilmente optam por jogar na parte defensiva. Sempre tem 10 atacantes para dois defensores. Acho que isso dificulta também a formação.
Contra o Flamengo, no Maracanã, o Renato optou pelo Paulo Miranda na lateral. Esperava jogar aquela partida?
A gente sempre espera jogar. Mas eu também sou uma cara muito consciente, ali eu estava ainda me recuperando de uma lesão um pouco forte que tive. Lógico que a gente respeita o treinador e o companheiro escolhido, mas aquela foi uma noite infeliz para toda a equipe.
Antes daquele jogo, comentava-se um possível dificuldade para você marcar o Bruno Henrique. Isso chateia?
A gente tem a experiência e sabe como jogar, ainda mais quando pega jogadores de velocidade. Já joguei contra outros atacantes velozes e habilidosos. Sou bem tranquilo. Não vou apostar corrida com ninguém, mas dá para jogar na inteligência e na experiência.
Temos dificuldade no surgimento de novos laterais, mas vejo bons nomes: o Gilberto, do Fluminense, o Marcinho, do Botafogo, e o Guga, do Atlético-MG"
LÉO MOURA
lateral-direito do Grêmio
Aos 41 anos, o que ainda almeja na carreira?
Os títulos são sempre marcantes. Sou muito fissurado em ganhar títulos. Esse ano não deu para ganhar a Libertadores, mas o objetivo da minha carreira, se eu continuar no Grêmio no próximo ano, é ganhar o Brasileirão.
Já pensou no que fará depois da aposentadoria?
Tenho algumas dúvidas. Mas, pelo meu perfil, estarei no futebol. De repente em alguma comissão, não como treinador, longe disso. Ou até mesmo trabalhando como empresário, que é uma coisa que também gosto.
Tem algum lateral-direito que você enxergue que cairia como uma luva no Grêmio para o ano que vem?
Lógico que não sou eu que vou olhar o mercado e falar. Mas, se me perguntarem, vou dizer. Como falei, hoje temos dificuldade no surgimento de novos laterais, mas vejo bons nomes: o Gilberto, do Fluminense, o Marcinho, do Botafogo, e o Guga, do Atlético-MG. Ter bons jogadores ao meu lado é o que eu mais quero.