O Grêmio enfrenta o Flamengo pelo jogo de volta das semifinais da Libertadores nesta quarta-feira (23) e pode se inspirar no Athletico-PR para superar o time carioca. Nas quartas de final da Copa do Brasil deste ano, o clube paranaense viveu a mesma situação do Tricolor. Empatou em casa a primeira partida por 1 a 1 e foi decidir a vaga dentro do Maracanã. No Rio de Janeiro, novo empate pelo mesmo placar e decisão nos pênaltis, onde o goleiro Santos brilhou e levou o Furacão para as semifinais.
Jornalistas do Paraná relembram que a equipe comandada por Tiago Nunes deixou o Flamengo propor o jogo para, depois, tentar matar a partida explorando a velocidade Rony — autor do gol que levou a disputa para os pênaltis. Essa é a avaliação de Monique Vilela, setorista do Athletico-PR na rádio Banda B de Curitiba.
— É bom lembrar que era um Flamengo diferente de agora. Foi um Athletico consciente que sabia que o Flamengo iria para cima. A estrategia foi de deixar o Flamengo jogar, tentando se defender e sabia que poderia se utilizar da velocidade dos atacantes: Rony, Cirino e Nikão. Utilizar dessa arma em um momento de vacilo. Observando o momento que o Fla iria vacilar no jogo. Foi assim que saiu o gol. Bola recuperada, passe do Bruno Nazário nas costas do Rafinha e gol do Rony. A partida foi para os pênaltis e daí o Athletico-PR também vai muito bem. Para mim, esse é o caminho. Fazer um bom trabalho defensivo e "dar" a bola para o Flamengo — afirmou
A partida ocorreu um mês depois da chegada de Jorge Jesus no Flamengo, quando o português ainda estava implementando a sua metodologia no clube. Além disso, a equipe era bem diferente da que deve entrar em campo nesta quarta-feira (23) contra o Grêmio. Na época, Jesus escalou Diego Alves; Rafinha, Léo Duarte, Rodrigo Caio e Renê; Cuellar, Everton Ribeiro, Diego e Arrascaeta; Gabriel e Lincoln. Destes, pelo menos três não devem atuar pela Libertadores: Renê (reserva de Filipe Luís), Cuellar (vendido ao Al Hilal) e Léo Duarte (vendido ao Milan). Para a partida que vale vaga na decisão continental, o português deve mandar a campo: Diego Alves; Rafinha, Pablo Marí, Rodrigo Caio e Filipe Luís; Arão, Gerson, Bruno Henrique, Everton Ribeiro e Vitinho; Gabriel.
Apesar das modificações, Pedro Melo, repórter da Banda B, concorda com a avaliação de Monique Vilela e aposta em Everton como melhor alternativa do Grêmio para conseguir a classificação.
—O Grêmio tem uma missão mais complicada que o Athletico-PR até porque o trabalho do Jorge Jesus já está em um estágio bem mais avançado. Só que pode, e deve, usar o jogo do Athletico como lição. Em nenhum momento, o técnico Tiago Nunes recuou o time. Inclusive, encarou o Flamengo de igual mesmo com 70 mil torcedores contra. É exatamente o que Grêmio precisa vencer, não pode ter medo de encarar o Flamengo e tem jogadores, como Everton, que podem desequilibrar. Outro detalhe que o Athletico explorou foi justamente a velocidade de seus pontas. O gol de empate no Maracanã foi com o Rony ganhando do Rafinha na velocidade. E aí entra a característica do Everton novamente — frisou Melo.