Um dos grandes temas de discussão na equipe do Grêmio na temporada está no gol. Ainda no final do ano passado, o clube encaminhou a venda de Marcelo Grohe ao Al-Ittihad, confirmada nos primeiros dias de 2019. Com isso, o reserva imediato, Paulo Victor, foi efetivado como titular, tendo Julio César, contratado após fim de contrato com o Fluminense, como concorrente. No entanto, nenhum dos dois, até o momento, obteve unanimidade com a torcida.
A última partida de Grohe com a camisa do Grêmio está prestes a completar um ano. Foi na derrota por 2 a 1 para o River Plate, que resultou na eliminação tricolor da Libertadores. O goleiro campeão da América em 2017 esteve em campo durante todo o duelo, mas, em seguida, foi constatada fratura em duas costelas e lesão na região do punho. Com isso, nas sete partidas restantes da temporada de 2018, Paulo Victor foi o titular.
O início da atual temporada até foi animador. No Gauchão, o Grêmio sofreu apenas um gol em toda a competição. Julio César atuou cinco vezes, sem ser vazado. Já Paulo Victor foi titular em dez partidas, sofrendo um gol contra o Aimoré, de falta, em que o goleiro admitiu não ter conseguido chegar na bola. Na final contra o Inter, porém, na decisão por pênaltis, o camisa 1 defendeu três cobranças, sendo um dos heróis do título.
Na sequência, porém, os problemas começaram. Logo na terceira rodada do Brasileirão, contra o Fluminense, na Arena, Julio César falhou em lance com Luciano. Ao tentar driblar o atacante — que hoje defende o Grêmio —, o goleiro perdeu a bola e sofreu o gol. Naquele momento, o Tricolor vencia por 3 a 0, mas acabou sofrendo a virada e perdendo por 5 a 4, tendo no arqueiro um dos vilões da quase inacreditável derrota em casa.
Uma prova de que Julio César perdeu espaço na equipe foi que, depois do revés para o time carioca, voltou a ser titular após mais de dois meses, no empate no Gre-Nal 421, onde os dois rivais atuaram com reservas. Aliás, nos jogos seguintes em que esteve em campo, os times escalados por Renato Portaluppi eram formados por suplentes. Talvez por isso, o camisa 22 tenha números ruins no Brasileirão: em oito jogos, sofreu 13 gols.
Paulo Victor, por sua vez, segue com a titularidade, mas com desempenho questionado em muitas oportunidades. Há lances em que o goleiro protagonizou jogadas discutíveis, como o gol de Gustavo Scarpa, na derrota gremista para o Palmeiras, no jogo de ida das quartas da Libertadores. Na ocasião, o palmeirense finalizou de longa distância, vencendo o arqueiro tricolor. Mais recentemente, contra o Flamengo, Gabigol marcou para os cariocas em chute que PV não conseguiu segurar. No entanto, o gol foi anulado por impedimento do atacante.
Ainda assim, Paulo Victor é nome de confiança do técnico Renato e, mesmo cercado de dúvidas por parte da torcida, é quem deverá prosseguir como dono da camisa 1. Além dele e Julio César, o Grêmio conta em seu elenco principal com os jovens Phelipe e Brenno, ambos de 20 anos. Esse último, atuou duas vezes na temporada, pelo Gauchão, sem sofrer gols.
Números dos goleiros do Grêmio pós-Marcelo Grohe*
Paulo Vitor (2018)
7 jogos (todos pelo Brasileirão)
4 vitórias, 2 empates, 1 derrota
4 gols sofridos (média de 0,57 gol por jogo)
Paulo Victor (2019)
42 jogos
10 pelo Gauchão, 6 pela Copa do Brasil, 11 pela Libertadores, 15 pelo Brasileirão
23 vitórias, 12 empates, 7 derrotas
23 gols sofridos (média de 0,55 gol por jogo)
Julio César (2019)
13 jogos
5 pelo Gauchão , 8 pelo Brasileirão
4 vitórias, 6 empates, 3 vitórias
13 gols sofridos (média de 1 gol por jogo)
Brenno (2019)
2 jogos (todos pelo Gauchão)
2 vitórias
0 gol sofrido
*Números após a última partida de Marcelo Grohe pelo Grêmio, em 30 de outubro de 2018