O reencontro da torcida com o time, na Arena, foi sob vaias. O Grêmio empatou em 1 a 1 com o Bahia na noite de quarta-feira (10), pela partida de ida das quartas de final da Copa do Brasil, e os torcedores não gostaram da atuação gremista. Para seguir vivo na competição, o time de Renato Portaluppi terá de vencer — no tempo normal ou nos pênaltis — os donos da casa na Fonte Nova, em Salvador, na próxima quarta.
O comandante gremista se defendeu críticas da torcida e disse que faria as mesmas substituições que renderam xingamentos de parte dos 28 mil torcedores que estiveram no estádio. Segundo ele, as pessoas estão "mal acostumadas".
— Tem gente que acha que a cada quatro ou cinco meses o Grêmio vai dar uma vola olímpica. Do outro lado também tem uma equipe querendo ganhar. Não vamos vencer todos os jogos — afirmou Renato.
Uma das principais reprovações dos torcedores que foram à Arena diz respeito à escalação de André no comando do ataque tricolor. O centroavante atuou em 28 partidas nesta temporada e marcou apenas três gols, mas ainda assim Renato fez questão de elogiá-lo. O técnico ainda garantiu que ele ou Vizeu irá atuar, já que pretende manter o esquema com um atacante de área.
— Acho que o André jogou bem. Se tivesse terminado 1 a 0, de repente as pessoas não estariam insatisfeitas com ele. Temos dois jogadores de área, um dos dois vai jogar. Se falar que ele (André) não jogou bem, então eu vi outro jogo. Minha equipe jogou bem, inclusive o André — reforçou o chefe do vestiário gremista.
Nos treinamentos durante o período de intertemporada, Renato utilizou Tardelli centralizado na linha de meio-campo e Luan como falso 9. Na coletiva após o jogo, o treinador foi enfático ao dizer que não gostou das atuações da dupla, que deverá seguir no time reserva. Ele comentou, ainda, a colocação do camisa 7 no lugar de Jean Pyerre, que renderam vaias a ele.
— Eu testei, fiz alguns jogos-treino e a equipe sabe jogar com um homem de área. Se eu tiro o André e boto o Jean, estou demonstrando medo. O torcedor tem o direito de se manifestar, mas tirei um meia e botei outro meia. No momento em que eu treinar uma equipe menor, posso me fechar, demonstrar medo — frisou.
O técnico ainda deixou claro que Tardelli passará a jogar centralizado e disputará posição com Luan e Jean Pyerre. No entendimento do comandante tricolor, o jogador de 34 não tem mais condição de acompanhar laterais.
— Tive uma conversa com o Tardelli. A idade chega para todo mundo. Toda vez que coloquei ele pelo lado, de repente pega um lateral que apoia muito e não consegue acompanhar. Falei com ele e vou procurar usá-lo mais por dentro. Ele vai estar com mais força, é um jogador inteligente, que sabe fazer gol — elogiou.
Quanto a Everton, Renato disse que o momento agora é de deixá-lo focado apenas em jogar futebol. Na saída para o intervalo e também ao final do jogo, Cebolinha confirmou que recebeu algumas consultas, mas que nenhuma proposta chegou ao Grêmio.
— Chegaram algumas consultas até a minha pessoa, conversei com o meu empresário, mas creio que para o Grêmio não chegou nada ainda. São grande ligas, mas tem que ver se atende às exigências do clube. Não adianta só agradar a minha parte. Tem que recompensar também o clube — disse o camisa 11.
Por isso, o técnico não quer que ele dê mais entrevistas. Sobre a possibilidade de saída do craque do time, ele falou:
— Começo a pensar na saída do Everton quando chegar a proposta e se for boa para o clube. De concreto mesmo, o clube não tem nada. Então, tem que deixar o Everton treinando, jogando e se tiver que sair vai acontecer normalmente.
O diretor de futebol Alberto Guerra reiterou que nenhuma proposta foi colocada sobre a mesa do presidente Romildo Bolzan Júnior, que está tratando pessoalmente desta possibilidade de negociação. Quanto a contratações, o dirigente vinculou essa possibilidade com a de alguma eventual saída.
— As contrações virão se a gente conseguir aliviar a folha de pagamento, se algum jogador sair — disse Guerra.