O Grêmio venceu o Botafogo por 1 a 0 na noite de quarta-feira (12), no Engenhão, e chegou a 11 pontos no Brasileirão. Assim, o Tricolor gaúcho encerrou o período antes da Copa América longe da zona de rebaixamento e já mirando o pelotão de cima.
Na entrevista pós-jogo, o técnico Renato Portaluppi destacou a boa exibição da sua equipe fora de casa, contra um adversário que está bem na tabela.
— Jogamos contra o quarto colocado, no Rio de Janeiro, e vencemos. O Grêmio dominou o jogo. É só ver os números, tivemos mais posse de bola, mais finalizações e chances de gol — disse.
De fato, o Tricolor teve 53% da posse de bola (contra 47% dos donos da casa), oito chutes a mais (15 a sete) e obrigou Diego Cavalieri a fazer cinco defesas — enquanto Paulo Victor precisou fazer apenas três, sendo somente uma perigosa.
Mas se não fosse por Jean Pyerre, o placar teria ficado zerado. O meia de 21 anos, que tomou a posição de Luan em meio à temporada, cobrou uma falta com perfeição aos 35 minutos do segundo tempo. Ele fez questão de agradecer a confiança do treinador e dos companheiros para que pudesse dar a vitória ao Grêmio.
— Há tempo que vinha treinando essa cobrança. Diziam que eu acertava nos treinos, mas não nos jogos. Nunca abaixei a cabeça e hoje (quarta) tive a confiança de todo mundo. Fiquei muito feliz porque pude ajudar a equipe nessa vitória — falou na saída do gramado.
O garoto de Alvorada relatou, ainda, que precisou atuar no sacrifício. A lesão no ombro que o tirou de três partidas no mês de maio segue incomodando o jogador, que fará trabalhos de reforço muscular durante a pausa.
— Sinto menos dor que antes. Mas joguei com um pouco mais de dor. Dormi por cima do ombro. Qualquer coisinha me incomoda, mas vou buscar fortalecer bastante nesse período — contou, lembrando que para ficar 100% apenas com cirurgia — o que, por enquanto, está descartado.
E o gol de Jean Pyerre valeu mais do que apenas a sua consolidação como cobrador de faltas do time. Com os três pontos conquistados no Rio de Janeiro, não há chances de o time gaúcho voltar ao Z-4 até a volta do Campeonato Brasileiro após a parada para a Copa América, em 14 de julho, contra o Vasco, na Arena.
Neste período sem jogos, os atletas gremistas terão 11 dias de descanso até a reapresentação em 24 de junho. Depois disso, o clube terá como centro de treinamentos o Hotel Vila Ventura, em Viamão, já que o CT Luiz Carvalho — assim como a Arena — estará cedido à Conmebol para a realização do torneio entre seleções.
— Essa parada para a gente é fundamental. Vamos poder recuperar todos os jogadores. O Grêmio completo é muito forte. Disputar o Campeonato Brasileiro sem cinco, seis, sete jogadores é uma diferença muito grande. Mas depois da Copa América, aí vocês conhecem o que é o Grêmio completo — salientou Renato.
Quanto aos desfalques, o clube entende que todos estarão à disposição para jogar na retomada dos torneios entre clubes. Para o duelo no Rio, Maicon e Geromel foram preservados devido a desgaste muscular. Nenhum deles preocupa, conforme os dirigentes.
— Não adianta ir para o jogo se não está 100%. O Renato sempre opta por ter um atleta 100% em campo. Nós avaliamos essas lesões diariamente. Mas isso não é, necessariamente, algum problema interno. Nós conversamos sempre, mesmo que seja uma ou 18 lesões — garantiu o diretor de futebol Alberto Guerra.
O treinador gremista também relatou conversas com o presidente Romildo Bolzan Júnior sobre esse tema. Ele ressaltou que essas lesões precisam ser diluídas no segundo semestre:
— Essa parada também será importantíssima para conversarmos com todos os departamentos do clube. Vamos trocar umas ideias para que essas lesões não aconteçam mais. Depois da parada, tem mata-mata na Copa do Brasil, na Libertadores, e de maneira alguma podemos perder tantos jogadores assim.
Se for assim, como diz o próprio Renato, será difícil segurar o time completo do Grêmio após a pausa para a Copa América.