Só não é tudo ou nada a noite desta quarta-feira (10) para o Grêmio porque o "tudo" não está garantido nem no melhor cenário da partida das 21h30min, contra o Rosario Central, na Arena. A quarta partida do time na Libertadores, segunda em casa, tem ares de decisão porque as três primeiras foram muito ruins.
O cenário ideal é vencer e torcer para o Libertad segurar a Universidad Católica em Santiago, no mesmo horário. Essa combinação devolve ao time de Renato o poder de depender só de si para avançar às oitavas de final. Por outro lado, uma vitória dos chilenos, somada a empate ou derrota tricolor, representa a eliminação precoce da competição.
O pré-jogo é praticamente o ideal. Na terça-feira, o adversário chegou a Porto Alegre sem seis titulares. Seja por lesão, por precaução ou por má fase mesmo, o Rosario Central terá time misto, praticamente reserva, na Arena. A prioridade será a Copa da Superliga, nova competição criada na Argentina para suprir uma carência de calendário, que dará uma vaga na Libertadores 2020. A equipe estreará no dia 15, contra o Aldosivi, em casa. Nomes como Zampedri, Allione, Caruzzo e Ortigoza ficaram no país vizinho, melhorando o condicionamento físico.
— Sem eles, falta experiência em lugares importantes, como a zaga, que terá Recalde, e o meio-campo, que terá como dupla de volantes Villagra e Ojeda. É um grupo que vem mal animicamente, ganhou apenas uma partida em 2019 — analisa o jornalista Nacho Di Benedetto, da rádio LT3 AM 680, de Rosario, que aponta: — O trunfo é Jarlan Barrera. Ele chegou a Rosario como uma estrela e, por lesões e outras coisas, não pôde jogar. Será uma grande oportunidade para mostrar a que veio.
Adversário à parte, o Grêmio é que precisa reproduzir, na Libertadores, o futebol que o levou à decisão do Gauchão com uma campanha invicta e de melhor ataque e melhor defesa. Para isso, Renato deve confirmar mesmo um meio-campo mais jovem, com as entradas de Matheus Henrique e Jean Pyerre no time. Pela extrema direita, a tendência é de que Alisson ganhe espaço, mas Tardelli também pode aparecer. O time teria, da metade para a frente: Maicon, Matheus Henrique, Alisson, Jean Pyerre, Everton e André.
O centroavante ganha nova chance após a boa apresentação de domingo, em que fez gol e deu assistência para Alisson contra o São Luiz. Vizeu fica no banco, como opção.
— O futebol é fase. Felizmente, estou tendo oportunidade e sequência com o Renato. Mais entrosado, mais à vontade, as assistências estão saindo naturalmente. Minha função é fazer gol, mas se tiver de dar passe para deixar um companheiro livre e ajudar o time, vou fazer isso — declarou André.
Para conseguir o seu objetivo, a equipe deverá se impor na Arena, o que não ocorreu contra o Libertad, por exemplo, quando os paraguaios conseguiram neutralizar o time gaúcho e surpreender em um contra-ataque. Pelas pontas, com Alisson ou Everton, ou pelo meio, com Jean Pyerre e André, a ordem é pressionar o adversário e variar o repertório ofensivo.
— O Grêmio pode ganhar se souber, primeiro, como encarar essa decisão. Os jogadores precisam ter inteligência, paciência e firmeza, tudo ao mesmo tempo, para se impor dentro de casa. O time não desprendeu a jogar. É preciso, nos jogos da Libertadores, pôr em prática o que funciona no Gauchão, como marcação intensa e manutenção da posse de bola, o que sempre foi uma marca do time do Renato, e precisão nas finalizações. Com as chances criadas, o desperdício deve ser próximo de zero. Só assim para manter viva a possibilidade de classificação — reflete o narrador Jader Rocha, do SporTV.
Se alcançar esse desempenho — e contar com a ajuda do Libertad em Santiago —, o Grêmio poderá manter viva a chama da Libertadores. E cumprir a profecia de Renato, que disse confiar que o Tricolor terá vaga nas oitavas de final.
— Se o Renato, que é gênio, falou que vai vir a classificação, quem sou eu para dizer o contrário? Estamos confiantes e contamos com a torcida para nos ajudar — finaliza André.