Quando foi contratado em 2015, Rafael Galhardo estava longe de ser a solução para a lateral direita do Grêmio. Vindo do Bahia, chegou inicialmente para disputar posição com o chileno Matías Rodríguez, mas virou titular com Felipão e, sob o comando de Roger Machado, acabou recebendo a Bola de Prata da posição no Campeonato Brasileiro. Só não teve o contrato renovado porque o Santos, dono de seu passe, não aceitou a oferta apresentada pelo Tricolor.
É em cima desta reversão de expectativa que a diretoria gremista tenta trazê-lo de volta quatro anos depois. Contudo, os tempos são outros. Aos 27 anos, Galhardo não conseguiu ter sequência desde que deixou a Arena. De lá para cá, passou por uma grave lesão no ligamento cruzado anterior do joelho direito e fez apenas 32 partidas — por quatro clubes diferentes. Atualmente, está no elenco do Vasco, mas não vem sendo sequer relacionado pelo técnico Alberto Valentim, que tem usado o paraguaio Raúl Cáceres na posição.
— Sinceramente, acompanhei todos os jogos e não teve um que ele tenha se destacado. Era sempre substituído e a torcida já não tinha paciência com ele. Virou a terceira opção para a lateral, perdendo inclusive para Luiz Gustavo, que é zagueiro e atuava improvisado na função. Sofreu também com muitas lesões musculares. Iniciou a temporada de 2019 sem perspectiva de jogar, está fora dos planos da comissão técnica e nem sequer recebeu um número de camisa— relata Joel Silva, repórter da Rede Mais Esportes, do Rio de Janeiro.
Aliás, faz tempo que o lateral não disputa uma partida oficial. A última vez que entrou em campo foi no dia 20 de outubro do ano passado, na derrota do Vasco para o Sport Recife pela 30ª rodada do Brasileirão. Ainda assim, com a camisa do clube carioca, Galhardo teve sua melhor temporada nos últimos anos, participando de 22 jogos.
Logo que deixou Porto Alegre, Galhardo foi vendido pelo Santos por 1 milhão de euros (equivalente a R$ 4,4 milhões à época) ao Anderlecht, da Bélgica. Na Europa, contudo, fez apenas um jogo. Além de não conseguir se firmar como titular, o jogador forçou um retorno ao Brasil temeroso por atentados em Bruxelas. Acabou emprestado ao Athletico-PR. Chegou ao Paraná em julho, mas manteve a irregularidade. Na reserva de Léo, ex-Inter, fez apenas sete jogos por Brasileirão e Copa do Brasil. Acabou rescindindo o contrato em janeiro de 2017, depois de romper os ligamentos do joelho.
Completamente fora do mercado, aceitou uma redução salarial para se recuperar na Toca da Raposa, em Minas Gerais. Fez dois jogos como titular do Cruzeiro em meio ao Brasileirão daquele ano, em novembro, mas sofreu uma nova lesão: desta vez no músculo reto femoral da coxa esquerda. Enfim, temporadas bem diferentes daquela que lhe rendeu a Bola de Prata da Revista Placar em 2015.