Antes mesmo de o Grêmio anunciar a contratação de Diego Tardelli, o técnico Renato Portaluppi já projetava a utilização do atacante em diferentes funções dentro de campo: centroavante, ponta ou até no meio.
Não se trata de nenhuma invenção do treinador gremista. De fato, ao longo da carreira, Tardelli jogou nestas diferentes posições. E, nem por isso, deixou de ser um jogador importante por onde passou.
Centroavante
Foi no comando do ataque do São Paulo que, em 2004, disputou a Copa São Paulo de Futebol Júnior — em um time em que também atuavam o zagueiro Edcarlos e o volante Hernanes. Na temporada seguinte, subiu para os profissionais, fazendo parte dos elencos campeões do Paulistão e da Libertadores. Acabou não se firmando no Morumbi e foi emprestado a Betis e São Caetano.
Tardelli voltou a se destacar como camisa 9 pelo Atlético-MG — nesta função, fez o gol do título da Copa do Brasil de 2014, contra o rival Cruzeiro. No mesmo ano, foi convocado por Dunga para a Seleção Brasileira que disputaria o Superclássico das Américas, contra a Argentina de Messi, Di María e Higuaín. Foram dele, inclusive, os gols da vitória por 2 a 0, em Pequim.
Se for usado assim na Arena, brigaria por posição com Felipe Vizeu e André.
Ponta
Embora usasse o número 9 às costas, foi aberto pelas pontas que Tardelli conquistou o principal título de sua carreira: a Libertadores da América de 2013. Mesmo não sendo a referência do ataque, foi o vice-artilheiro da competição, com seis gols (um a menos que o companheiro Jô, centroavante da equipe).
Geralmente, era escalado pelo técnico Cuca no lado direito do ataque — mas às vezes invertia de posição com Bernard ou Luan, que jogavam pela esquerda. Em 2014, Levir Culpi repetiu o modelo tático e foi campeão da Recopa Sul-Americana contra o Lanús.
No Grêmio, seria equivalente à função que vem sendo executada por Marinho e Montoya neste início de ano.
Meia-atacante
Quando chegou ao Shandong Luneng, em 2015, Tardelli passou a ser usado por Cuca em uma nova função: pelo meio, atrás do centroavante (do brasileiro Vágner Love ou do italiano Graziano Pellè). Não era propriamente um camisa 10, mas tinha liberdade para flutuar entre os atacantes, voltar para buscar a bola junto aos volantes e pisar na área para concluir — função semelhante a que Luan faz atualmente no esquema de Renato.
Em 2018, aos 33 anos, viveu sua melhor temporada no futebol chinês, tendo sido o artilheiro da equipe, com 20 gols. Dois deles foram marcados nos confrontos finais da Copa da China, nos empates em 1 a 1 e 2 a 2 com o Beijing Guoan, de Renato Augusto. Infelizmente, sua equipe perdeu a taça nos pênaltis. Na Liga Chinesa, o time ainda terminou em terceiro lugar.