Não há cláusula de produtividade no segundo ano de contrato de Diego Tardelli, como chegou a ser especulado. O atacante chega na condição de maior contratação da Era Romildo Bolzan por três temporadas, salário na faixa dos R$ 700 mil (a mais alta do clube), com luvas diluídas ao longo do período. Joga em todas as posições na linha atrás do centroavante. E na do próprio camisa 9, preferencialmente.
O clube, inicialmente, propôs dois anos. Tardelli exigiu três. O Grêmio contrapôs aceitar três anos, mas condicionados a um determinado número de partidas realizadas no segundo ano. Seria uma garantia por um jogador de 33 anos, cuja parte física sempre pode cair abruptamente.
Por isso a demora, também, de o jogador bater o martelo. Era para ser no último domingo (10), mas ficou para esta terça-feira (12). O Grêmio está certo ao ousar um pouco mais financeiramente para trazer Tardelli. Tem condições. O Atlético-MG, por exemplo, que atrasa salários e tentou concorrer, perdeu a briga nessa parte.
No ano passado, o Grêmio exibiu superávit de R$ 70 milhões. Vendeu Arthur por 40 milhões de euros, é verdade. Mas negociará Everton, logo ali adiante, por um valor talvez até maior. E, antes deles, Pedro Rocha, Walace. Jael está saindo para o Japão. Mais dinheiro no cofre.
Criou-se, na gestão Bolzan, uma sustentabilidade financeira invejável, baseada em muitos aspectos. No futebol, mudou quase tudo na base para criar ou descobrir talentos que dão resultado técnico (leia-se títulos) antes do financeiro. Se o Grêmio criou essas condições, por que não investir em Tardelli, um atacante múltiplo e que está em atividade, para entrar em um time já ajustado?
Fosse há cinco anos, Tardelli seria uma irresponsabilidade. Agora, não. Repito: pode até dar errado. Bola de cristal ninguém tem. Mas sua contratação não é cara e nem vai quebrar o Grêmio de Romildo Bolzan. Mesmo com três anos se contrato de forma incondicional.