O Grêmio não teme ficar sem Renato Portaluppi na casamata durante o Brasileirão 2019. Mesmo que o coordenador da CBF Academy, Osvaldo Torres, tenha dito à Rádio Itatiaia que o técnico gremista, por não ter concluído o curso da Licença PRO, poderia ter problemas para exercer sua atividade, o tema não causa preocupações ao clube gaúcho.
— Ele (Renato) foi matriculado e resolveu não fazer o curso. É uma decisão dele, que a gente respeita e lamenta. Os clubes assinaram um termo de compromisso de licenciamento em que eles têm de cumprir formalidades. Uma das exigências é de que o treinador de futebol tenha licença para exercer a função — disse Torres, explicando que Renato não fez nenhum acordo com a CBF para faltar aulas do curso.
Publicamente, nenhum dirigente do Grêmio se dispõe a entrar na polêmica. Porém, nos bastidores, alguns argumentos são apresentados de forma consistente para rebater uma eventual punição. Primeiramente, a informação que circula internamente no clube é de que Renato realizaria o curso ofertado pela CBF no mês de fevereiro, em uma nova turma, para obter a Licença PRO. Antes, portanto, do Brasileirão, que se iniciará no final de abril.
Outro aspecto sustentado pelo Grêmio é de que, como a profissão de treinador de futebol não é regulamentada por lei federal no país, uma eventual restrição da entidade a Renato não teria sustentação jurídica. Assim, o técnico não poderia ser impedido de comandar o clube no Brasileirão, segundo observam dirigentes.
A polêmica entre Renato e CBF tomou corpo semana passada. Na quinta-feira, dia 6, o treinador marcou presença na sala de aula na Granja Comary, em Teresópolis. Na saída, contudo, o técnico do Grêmio deixou claro que havia feito apenas uma exceção na rotina de praia, chope e futevôlei que ele pretende manter até a volta aos trabalhos, em 3 de janeiro.
— A aula é boa. Agora, amanhã (sexta-feira, 7), vocês vão me ver na praia de novo — avisou o treinador, que completou. — Foi um trato que fiz com as pessoas da CBF de ficar umas duas horas. Volto quinta-feira da semana que vem para mais duas horas. E, talvez, eu venha outro dia. Talvez. Para vocês não falarem que Renato faltou de novo — disse.