Quando deixou o Corinthians, adversário do Grêmio na rodada final do Brasileirão, rumo ao Al Wehda (SAU) em maio, o técnico Fábio Carille falou que foi seduzido pelos "dois caminhões de dinheiro" e por ter a chance de revolucionar o futebol na Arábia Saudita. Seis meses depois, o treinador não tem do que reclamar em relação à parte financeira, mas está incomodado com a falta de estrutura do clube. Ele está perto de selar seu retorno para comandar o Timão em 2019.
Carille levou consigo o auxiliar Leandro da Silva, o Cuca, o preparador físico Walmir Cruz, o preparador de goleiros Mauri Lima, o observador técnico Mauro da Silva e o analista de desempenho Denis Luup. A ideia era realizar um trabalho de alto nível no Al Wehda e formar uma base ao menos parecida com a do Corinthians. Entretanto, não houve avanços na parte estrutural do clube, como aparelhos de fisiologia e de academia.
A falta de evolução do Al Wehda em sua estrutura é um fator que incomoda Carille e sua comissão na Arábia Saudita. Com o iminente acerto entre o treinador e o Corinthians, também retornarão ao Brasil os integrantes da comissão técnica.
Tanto a diretoria do Corinthians quanto Carille e sua comissão técnica adotam cautela sobre o retorno em 2019. Até porque o Timão ainda está sendo comandado por Jair Ventura, que deve se despedir no próximo fim de semana, contra o Grêmio, em duelo válido pela última rodada do Brasileirão.
Jair, inclusive, chegou a ter sua permanência bancada pela diretoria. No entanto, após o empate com a Chapecoense no último domingo, o diretor Duílio Monteiro Alves admitiu a chance de o treinador deixar o clube ao fim desta temporada.
Outro motivo que gera cautela entre as partes é a multa rescisória de Carille com o Al Wehda. Caso realmente o técnico rompa o contrato, o clube saudita tem direito a 700 mil dólares, cerca de R$ 2,7 milhões.