O jogo contra o Vasco, no próximo domingo (11), na Arena, marcará o reencontro do Grêmio com o atacante Maxi López. O argentino teve uma passagem de um ano pelo Estádio Olímpico, em 2009, e seu ponto alto foi um gol histórico, na vitória por 2 a 1 sobre o Inter, no Gre-Nal do Centenário. A saída do atleta, no entanto, foi polêmica. O assunto chegou a parar no Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), na Suíça.
Em uma temporada, Maxi López marcou 12 gols no Campeonato Brasileiro, competição em que a equipe gremista ficou em oitavo lugar, e balançou as redes quatro vezes na Copa Libertadores, ajudando o time gaúcho a chegar à semifinal, quando foi eliminado pelo Cruzeiro.
Na competição continental, o atacante foi protagonista de uma polêmica. No jogo de ida contra os cruzeirenses, após a derrota por 3 a 1, o argentino foi acusado de injúria racial pelo volante Elicarlos. O atleta chegou a ser conduzido à delegacia do Estádio Mineirão para prestar depoimento.
O melhor momento de Maxi López no Grêmio foi o Gre-Nal do dia 19 de julho de 2009, que marcou os 100 anos do clássico. Treinada por Paulo Autuori, a equipe gremista venceu o Inter de Tite de virada, por 2 a 1. O argentino marcou o gol da vitória, aos 25 minutos do segundo tempo.
Os gols e as atuações do atacante fizeram a direção gremista, capitaneada pelo presidente Duda Kroeff e pelo vice de futebol Luís Onofre Meira, manifestar interesse na renovação de contrato. No entanto, o jogador recusou-se a permanecer no clube e deixou o Olímpico "pela porta dos fundos".
O contrato de Maxi López com o Grêmio era de empréstimo de um ano. No documento, estava estipulado que o clube gremista teria a condição de exercer a renovação automática por três anos, caso depositasse 1,5 milhão de euros (R$ 3,8 milhões) na conta do jogador, para que então o atleta comprasse os seus direitos do FC Moscou e firmasse um novo vínculo com o Tricolor.
Em dezembro, o Grêmio depositou em juízo, na Justiça do Trabalho, em favor do jogador o valor estipulado no contrato. Porém, com o desejo de deixar Porto Alegre para atuar na Europa, Maxi López simplesmente não sacou a quantia e viajou para a Itália, onde acabou acertando com o Catania. A atitude desagradou aos dirigentes gremistas.
— Ele não é um jogador diferenciado, nunca foi tratado assim. Tem boa técnica, estava em crescimento pela condição que o Grêmio deu a ele de jogar, criando uma sequência como titular. É um bom jogador de futebol e, dentro de um mercado recessivo de atacantes, se destaca, mas não é nada demais — disse Meira, à Rádio Gaúcha, na época.
O Grêmio, então, recorreu à Fifa solicitando um ressarcimento do atleta por quebra de contrato e danos esportivos e morais. A entidade máxima do futebol mundial considerou que a cláusula de renovação automática firmada entre as partes era inválida e deu ganho de causa a Maxi López.
Insatisfeito, o departamento jurídico do Grêmio recorreu ao TAS, em Lausanne, na Suíça. Em uma audiência realizada em 3 de dezembro de 2013, os árbitros do tribunal revogaram a decisão da Fifa e atestaram que o clube gaúcho tinha razão, reconhecendo a cláusula de renovação automática como válida e considerando que Maxi López realmente descumpriu o acordo firmado.
Por outro lado, o tribunal entendeu que a conduta de Maxi López não gerou danos morais, financeiros ou esportivos ao Grêmio. Por isso, negou ao clube gremista qualquer ressarcimento.
Nove anos depois, hoje defendendo o Vasco, Maxi López reencontrará o Grêmio no jogo de domingo (11), marcado para às 17h, na Arena. Enquanto os gremistas brigam para chegar ao G-4 do Brasileirão, os vascaínos lutam para se afastar da zona de rebaixamento.