Ainda que não tenha chance de converter-se em "novela mexicana", como o próprio treinador avisou ontem, a renovação de contrato entre Renato Portaluppi e o Grêmio prenderá pelos próximos dias a atenção da torcida. A proposta salarial, apresentada sexta-feira (9) pela direção, será analisada junto com outras ofertas que possam surgir, entre elas a do Flamengo, cuja investida, em abril, chegou na forma de R$ 27 milhões por dois anos de contrato.
Focado no Vasco, Renato disse que somente após a vitória de ontem, na Arena, passaria a analisar, junto com Gerson Oldenburg, Gauchinho, seu procurador, os números apresentados pelo clube. Admitiu que o frio gaúcho, após mais de 30 anos residindo no Rio, o incomoda. Bem como a falta de privacidade na Capital. Fatores que, na sua opinião, são compensados pelo entrosamento com os dirigentes
— Realmente, não tenho vida. Mas tem o ônus e o bônus. Ou você trabalha e ganha dinheiro ou vai se divertir. A praia ficará lá para sempre. Ninguém vai roubar — disse Renato, em claro sinal de que o Grêmio tem vantagem sobre qualquer outro clube que pense em contratá-lo.
— Tenho um sonho antigo de treinar o Flamengo, mas isso não quer dizer que vá treiná-lo. Estou muito feliz aqui no Grêmio. São coisas mínimas que não tenho aqui. Quem sabe no ano que vem possamos dar um jeito nisso — afirmou, como quem dá um aviso de que a permanência é garantida.
Renato aconselhou jornalistas a que não perguntem diariamente ao presidente Romildo Bolzan Júnior se já houve o acerto. Descartou a citada novela mexicana, mas disse que haverá alguns capítulos. Questionado, o diretor de futebol Alberto Guerra mostrou otimismo.
— Sei da felicidade que ele tem de treinar o Grêmio. Fala sempre em projetos para o próximo ano. Isso é um sinal de que está inclinado a ficar. Eu diria que ele quer ficar, assim como queremos que fique — ressaltou.
Mais importante nesse momento, conforme Renato, é seguir avançando na tabela. Combinada com o empate do São Paulo contra o Corinthians, sábado, a vitória por 2 a 1 sobre o Vasco coloca o Grêmio como quarto colocado pelo número de vitórias, o que garante vaga direta na Libertadores 2019. Para o técnico, já é possível mirar o Flamengo, terceiro colocado:
— Pelo menos até o meio da semana ficaremos no G-4. Agora, temos confronto direto com o São Paulo. O importante é que estamos vivíssimos na competição.
Contra o São Paulo, ainda é incerta a presença de Kannemann, Ramiro e Luan, que se recuperam de lesões musculares. Apesar de elogiar o lateral Léo Moura, "um jogador que enche os olhos apesar dos 40 anos", Renato disse que, por se tratar de um jogo fora, ele será preservado. Também anunciou que, até o fim do ano, promoverá um rodízio de jogadores no meio, o que irá implicar em novas chances para os jovens Matheus Henrique e Jean Pyerre.
— Tem que saber lançar os garotos, para não queimá-los. Vamos soltando aos poucos, dando moral — explica o técnico, cujo objetivo é evitar uma cobrança excessiva. — Você não pode colocar os garotos em uma furada. Você não pode transferir a responsabilidade para eles. Toda vez que eles têm jogado, têm dado conta do recado.
