Contratado pelo Grêmio em dezembro de 2012, num pacote que ainda trouxe Ramiro, o goleiro Follmann e o atacante Paulinho, o zagueiro Bressan jamais conseguiu ser uma unanimidade aos olhos do torcedor gremista.
Depois de fazer sua estreia em um jogo da Libertadores de 2013, na vitória sobre a LDU, por 1 a 0, na Arena, o jogador nascido em Caxias do Sul ganhou espaço no time comandado por Vanderlei Luxemburgo. Naquela temporada fez 55 jogos e foi titular no time vice-campeão brasileiro, já comandado por Renato Portaluppi.
No ano seguinte, Bressan perdeu espaço com a chegada de Pedro Geromel, que assumiu a vaga de titular ao lado de Rhodolfo. Porém, com a saída deste para o São Paulo, o zagueiro revelado pelo Juventude encerrou o ano na equipe de Luiz Felipe Scolari.
A temporada de 2015 começou com Bressan sendo emprestado para o Flamengo. Porém, a passagem na equipe carioca durou menos que o ano de contrato de estabelecido e após 11 atuações ele foi devolvido em agosto e acabou sendo utilizado por Roger Machado em nove partidas.
Com um ambiente um pouco mais favorável, o zagueiro iniciou 2016 sob desconfiança, mais uma vez. A eliminação nas oitavas de final da Libertadores para o Rosario Central, com Bressan falhando no gol de Marco Ruben, no jogo de ida, na Arena, deixou o jogador sob a mira da torcida. Zero Hora descreveu o lance da seguinte forma: "Um erro defensivo custou caro. Bressan cabeceou para trás, Herrera dividiu com Fred e, na sobra, Marco Ruben, centroavante de rara qualidade, acertou chute forte e venceu Marcelo Grohe: 1 a 0". Na cotação do jogo, ele foi avaliado da seguinte forma: "Entregou o primeiro gol ao Rosario Central. Nota 3".
Dois meses depois, em junho de 2016, Bressan teve azar. Na derrota para o Vitória, por 2 a 1, ele acabou teve participação direta no primeiro gol dos baianos e acabou sendo expulso pelo árbitro Sandro Meira Ricci em um lance altamente contestável. Zero Hora fez a seguinte avaliação: "Superado no primeiro gol. Foi expulso injustamente. Nota 4". Esta foi sua última atuação pelo Grêmio, antes de ser emprestado ao Peñarol, do Uruguai.
Em Montevidéu a sorte novamente não acompanhou o zagueiro caxiense que atuou apenas 13 vezes, antes de ser devolvido em janeiro de 2017, mais uma vez antes do prazo final do contrato de empréstimo.
Mais uma vez Renato Portaluppi entrou em cena, e Bressan foi reintegrado ao grupo. Mesmo reserva e, por vezes contestado pela torcida, ficou no grupo e acabou fazendo parte do grupo tricampeão da América, inclusive atuando na decisão contra o Lanús, na Argentina, já que Kannemann estava suspenso. E a atuação segura no jogo que garantiu o título parecia ter finalmente posto fim ao inferno astral do zagueiro.
Com a confiança em alta e apontado como um dos líderes do elenco, Bressan iniciou 2018 de forma tranquila. Porém, tudo começou a mudar no segundo Gre-Nal das quartas de final do Gauchão. Após a vitória por 3 a 0 na Arena, o Grêmio entrou em campo no Beira-Rio com a vantagem de poder perder por até dois gols para levar a vaga e com Pedro Geromel impossibilitado de jogar coube a Bressan ser o parceiro de Kannemann.
Aos 28 minutos do clássico, o zagueiro gremista derrubou Rodrigo Moledo, após um escanteio. Pênalti convertido por Nico López, que deu ânimo ao Inter que chegou ao 2 a 0 e quase levou a classificação. No final, o técnico Renato Portaluppi classificou o pênalti como "um lance infantil". Zero Hora avaliou Bressan da seguinte forma: "Mostrou combatividade ao lado de Kannemann. Mas cometeu pênalti desnecessário em Moledo. Nota 5".
Passado o jogo e com a conquista do Gauchão, além de boas campanhas na Libertadores, Copa do Brasil e Brasileirão, o Grêmio seguiu seu rumo sem muitos tropeços. Foi dono da melhor defesa do campeonato nacional, independente dos zagueiros escalados. Mas tudo para Bressan sempre tem um porém.
E na partida do Palmeiras, o jogador de 25 anos voltou a ser personagem e teve participação direta nos dois gols marcados por Deyverson. No segundo, uma falha grotesca e o retorno das pesadas críticas. Sua atuação foi assim descrita por Zero Hora: "Teve as dificuldades esperadas contra o perigoso Deyverson. Nos dois gols, foi vencido pelo atacante palmeirense. Poderia ser pior, pois teve um pênalti não marcado. Nota 4".
Veio a semifinal da Libertadores e na Argentina, Kannemann recebeu o terceiro cartão amarelo. A ideia inicial era que Bressan seria o seu substituto. Porém, Renato optou por colocar Paulo Miranda, mudando o lado de Geromel. Mas as cãibras sofridas pelo camisa 28, que o fizeram deixar o campo aos 25 minutos do segundo tempo, com o Grêmio vencendo por 1 a 0.
Chamado, Bressan chegou a ser aplaudido pelo torcedor. Alguns segundos em campo e um cartão amarelo. Minutos depois, o empate argentino. E aos 40, o lance que deve ter mudado o destino da carreira do zagueiro. Num chute de Scocco, ele abre o braço esquerdo. Depois de consultar o VAR, o árbitro marca pênalti e expulsa o jogador gremista. O River Plate viraria o jogo e eliminaria o Grêmio da Libertadores. Após 161 jogos com a camisa tricolor e contrato renovado até dezembro de 2019, o defensor parece ter seu destino traçado.
— Precisa de 24 ou 48 horas para a gente dar uma pensada legal. Mas pela experiência que eu tenho, tem horas que você tem que comprar o barulho e pedir para a torcida. Tem horas que a melhor saída é tirar o jogador do foco, para ele pensar e esfriar as coisas. Não pensa em usar o Bressan nos próximos jogos pelo que aconteceu, mas também não vamos enforcá-lo. Ele é jogador do Grêmio, vamos afastá-lo e depois reavaliar — afirmou o técnico Renato Portaluppi.
Mesmo com mais um ano de contrato, a tendência é que Bressan volte a ser emprestado.