Se o Grêmio foi golpeado duplamente em BH, com o empate diante do América-MG e a notícia de que Everton e Luan não jogarão nesta terça-feira, no primeiro duelo pela semifinal da Libertadores, o fim de semana reservou o oposto ao seu adversário argentino. Só amenidades para o River Plate, que festeja o departamento médico esvaziado e pelo menos uma grande notícia. Gonzalo Martínez, camisa 10 e referência técnica do time, não é mais dúvida. Liberado pelos médicos, estará em campo no Monumental de Núñez.
Aí você perguntará: por que a derrota dos reservas para o Colón, encerrando 32 jogos de invencibilidade, a maior em 117 anos de vida, não é golpe mais duro para o River do que empatar no Independência? Ocorre que a Superliga, novo nome do Campeonato Argentino, tem 26 clubes e está recém na oitava rodada. Mesmo sendo 9º colocado, o River tem tempo até para bsucar o título. Já o Brasileirão está no fim. O Palmeiras disparou em relação ao Grêmio, que agora focará no G-4.
Portanto, amenidades para o River em um fim de semana de temperaturas amenas durante o dia e geladas à noite em Buenos Aires. Além de Pity Martínez, a outra dúvida era o goleiro Armani. Os médicos ainda não estão certos de que seu problema muscular permitirá escalação, mas o técnico Marcelo Gallardo já o cravou com a camisa 1. Ele até disse, após a derrota para o Colón:
— Melhor seria Armani jogar um pouco antes da semifinal. Ritmo é importante para o goleiro. Por outro lado, seus movimentos são mais específicos. Não precisa dar piques, por exemplo. Até o jogo ele está em condições — resumiu o treinador.
O esvaziamento do DM milionário não fica só em Armani e Pity Martínez, evolunido para outros aspectos. Exequiel Palacios passou no teste contra o Colón. Entrou aos 32 do segundo tempo e nada sentiu. Está 100%, pois já tinha participado de treinos durante a semana. O capitão Ponzio não preocupa. Está apenas sendo poupado, em razão de seus 37 anos. Mais ou menos o que o Grêmio faz com Maicon, volta e meia. O esvaziamento do departamento médico millionario não termina aí.
Os volantes Enzo Perez e Nacho Fernández jogaram em Santa Fé justamente para pegar ritmo e não entrar "a seco" contra o Grêmio. Enzo, como participou dos 90 minutos, deve iniciar no banco. O meia Juanfer Quintero, totalmente recuperado, foi preservado. Gallardo terá, aí sim, de lidar com os "descontos" por falta de ritmo e, a partir daí, montar o seu time. A julgar pelo que disse após o jogo com o Colón, vem aí uma escalação ofensiva, bem ao seu gosto. Sem Lucas Pratto e muita mobilidade do meio para frente.
A não ser que as amenidades sejam revogadas pelo destino, em meio ao silêncio de Cardales, o fechadíssimo resort bunker do River, a 60 quilômetros do centro, usado como concentração só em grandes jogos, há dúvida é: Nacho ou Quintero? O primeiro é mais marcador, para ajudar Ponzio. O segundo entra na área sem medo e tem uma pancada de média distância. O time provável: Armani; Montiel, Maidana, Pinola e Casco; Ponzio, Nacho, Palácios e Pity; Borré e Scocco. Pode variar o desenho tático, mas não as peças.