Antes de mais nada, é dolorido para qualquer pessoa que se identifique com o Grêmio, ter que escrever esse título para uma coluna. Mas, neste momento, é a única definição que encontro. Primeiro, pela resposta lamentável que André deu até agora. Desde o começo, mantinha minhas esperanças que ele viesse a deslanchar. Quando Romildo Bolzan anunciou sua contratação, poucas vozes ousaram questionar a chegada do nosso "André Balada", como andam chamando nosso atacante em memes nas redes sociais. Credenciais não faltavam.
A segunda tristeza é constatar que o mais tradicional programa do rádio gaúcho (quiçá do rádio brasileiro), o Sala de Redação, debatia, hoje, as soluções para "o ataque do Grêmio sem Jael". Quando, em mais de 100 anos de história, poderíamos imaginar que isso ia acontecer? Justo nesta posição, que tivemos nomes como Alcindo, Juarez, Baltazar, Jardel e Lucas Barrios, é lamentável ter que acompanhar esse debate. André ainda não deu resposta, espero que dê, tenho esperança, de alguma maneira ele tem que justificar os milhões que o clube pagou por ele. Mas, "debater o Grêmio sem Jael e soluções para o ataque" é uma piada. Nenhum reparo aos colegas que tão brilhantemente fazem o Sala. Eles debatem o que acontece no dia a dia, não inventam pautas.
Meus reparos, sim, ao presidente, ao Renato e a sei lá mais quem, que renovaram o contrato de Jael, um cara gente boa, esforçado, simpático e tal, mas que segue não tendo condições de jogar no Grêmio. Nenhuma condição. Lá no meio do debate do Sala, ouvi alguns comentários dando conta que o Barrios que terminou 2017 não fez muito mais do que o Jael e André, devido às suas más atuações nas finais da Libertadores e na final do Mundial de Clubes.
Porém, é importante lembrar que Barrios quase levou o Grêmio nas costas nas primeiras fases da Libertadores, marcou gols decisivos e foi fundamental na pior atuação do time naquela competição: no jogo contra o Botafogo, quando ele fez o gol que nos classificou para a semifinal
Além disso, ouço seguidamente que "Jael vem contribuindo mais com o Grêmio do que André". Sem dúvida, concordo. Não há o que discordar, tendo em vista as nulas atuações de André. Jael, ou qualquer outro centroavante faria mais. A grande questão, na minha visão, não passa mais por 2018. No Brasileirão, o título ficou muito distante, quase impossível. Creio que passaremos de fase na Libertadores, mas os adversários que se avizinham são superiores ao Grêmio. Podemos faturar o tetra da competição continental? Claro que sim, mas minha preocupação vai um pouco adiante.
Espero, e desejo de coração, que o presidente tenha mais sorte na contratação de um centroavante em 2019. Precisamos de um nome forte para essa posição. Ou que, ao menos, Jael não siga por aqui e que tenhamos uma opção razoável de atacante para o lugar de André, tendo em vista que o ex-jogador do Santos assinou contrato até 2021.