— Geromel! Geromel! Geromel!
Foi com gritos dos colegas, um sorriso largo e muita empolgação que o zagueiro Pedro Geromel recebeu a convocação de Tite para a Copa do Mundo. O representante do Grêmio no Mundial da Rússia acompanhou o anúncio da lista da Seleção direto do hotel San Miguel Golf Club, em Maturín, na Venezuela, cidade em que o time gaúcho enfrenta o Monagas nesta terça-feira, pela Libertadores.
Tão logo teve seu nome mencionado por Tite em um telão improvisado numa sala anexa ao restaurante do hotel, Geromel recebeu um afetuoso abraço do técnico Renato Portaluppi.
Depois discursou aos companheiros, agradecendo pelo empenho que tiveram em campo para viabilizar sua convocação. Em seguida, o zagueiro atendeu a imprensa para falar sobre o que ele mesmo definiu como "momento mais alto da carreira".
— Sem o Grêmio, nada disso teria sido possível. Foi o clube que me projetou no futebol nacional e em nível mundial para que eu tivesse a chance de ser convocado — agradeceu Geromel.
O técnico Tite justificou a escolha do zagueiro do Grêmio pela sua consistência de carreira. Segundo o técnico da Seleção, Geromel também mostrou outras qualidades extracampo que pesaram na decisão de convocá-lo no lugar de outros nomes como Dedé, Rodrigo Caio, Gil e Jemerson.
— Regularidade de desempenho, alguns aspectos também que são muito individuais de feeling, de percepção. Não são fatores objetivos. Coisas como dia a dia de trabalho, treinamento, relações, a palestra, olhar no olho, momento da mobilização, do jogo. O Grêmio vem mantendo um padrão de regularidade em alto nível há dois anos e o Geromel nesse tempo manteve consistência em alto nível. Isso tudo o credenciou — explicou Tite.
Questionado sobre os fatores que o fizeram ser convocado, o zagueiro do Grêmio não se esquivou:
— Pelo meu jeito de levar as coisas, caráter, personalidade, tudo isso conta. Hoje sou um líder aqui no Grêmio pelo exemplo que sou e que muitos tentam fazer igual. E claro, o futebol, que é a parte mais importante.
Enquanto Tite anunciava a lista de 23 convocados, a casa dos Geromel no bairro Vila Maria em São Paulo transbordava em expectativa. O pai do zagueiro, Valmir Geromel, recebeu familiares e amigos para celebrar o sucesso do filho. Em entrevista a ZH, seu Valmir lembrou a expectativa de Pedro nos dias antes do anúncio.
— Ele me falava: "pai, não é possível. Ninguém da CBF me falou nada, é muita ansiedade. Chega o Natal, mas não chega o dia 14". Depois que o Tite divulgou a lista, falamos por telefone e pude sentir o quanto ele está feliz — sorri o pai de Geromel.
Ao avaliar a trajetória do filho, Valmir lembra que, quando Pedro retornou ao futebol brasileiro para jogar pelo Grêmio em 2014, uma convocação para a Seleção não passava de um sonho distante. O primeiro chamado viria dois anos depois, logo na primeira lista de Tite como técnico do Brasil.
— A trajetória do Pedro no futebol brasileiro é diferente da grande maioria dos jogadores. Com 22 anos, ele marcava o Klose e o Luca Toni na Alemanha. Jogando pelo Colônia, aprendeu muito com a inteligência e a agilidade desses caras. Quando ele enfrentou o Benzema e o Cristiano Ronaldo no Mundial, não foi surpresa o desempenho dele. Não deu bobeira em momento algum, teve concentração e estava muito bem fisicamente — comenta seu Valmir.
Na noite desta terça-feira, Geromel fará contra o Monagas seu penúltimo jogo antes de se apresentar a Tite. Mas garante que não vai poupar esforços nas divididas com os venezuelanos.
— Foi assim que eu cheguei até aqui, não vai ser agora que vou tirar o pé — sorriu o zagueiro gremista que estará na Copa.