Após longa e arrastada negociação, Grêmio e Sport chegaram a um acordo por André. Ontem à tarde, o executivo André Zanotta fez nova proposta pelo centroavante e atingiu o valor desejado pelos pernambucanos, que era de 2,5 milhões de euros (R$ 10 milhões).
O adiantamento do Barcelona pela venda de Arthur foi decisivo para a conclusão das tratativas. O clube espanhol já repassou 5 milhões de euros (R$ 20 milhões) ao Grêmio por conta da opção de compra do volante. Quanto a André, o Grêmio deve anunciá-lo oficialmente tão logo as minutas de contrato sejam assinadas pelos dois clubes.
Os últimos detalhes que as direções resolvem são o prazo de pagamento e o percentual de direitos que serão repassados ao Grêmio, que deve ser 70% - o Corinthians detém os outros 30%. Durante a semana, o centroavante deve vir a Porto Alegre para fazer exames médicos e assinar o novo vínculo, que deve ser de três anos.
Como o Grêmio já fez as três trocas que poderia na lista do Gauchão e o período de inscrições na Libertadores já se encerrou, o reforço só estreará no Brasileirão, que inicia em abril. Recuperado de uma lesão no joelho, André estava relacionado para enfrentar o Santa Cruz hoje pelo Pernambucano. Mas, com o desfecho do negócio, já deixou a concentração e não disputará o clássico na Ilha do Retiro.
Ao contratar André, o Grêmio está fazendo o negócio do ano
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O novo reforço do Grêmio surgiu de forma meteórica no Santos em 2010, formando o quarteto de ataque campeão do Paulistão e da Copa do Brasil junto a Ganso, Robinho e Neymar. O repórter Michael Santos, do jornal A Tribuna, lembra que o centroavante teve tanto sucesso que foi chamado para a Seleção e depois foi vendido ao Dinamo de Kiev, da Ucrânia.
— Naquele período, ele foi muito bem. Um goleador, aproveitou a companhia do Neymar e do Ganso. Foi tão bem que o Mano Menezes convocou ele para a Seleção. Ele explodiu, imaginava-se que ele seria um dos grandes camisas 9 do futebol brasileiro — diz o jornalista.
O que o Sport fala sobre o extracampo de André
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Mas, na Europa, André não confirmou expectativas. Depois de passagens apagadas pela equipe ucraniana e pelo Bordeaux-FRA, o atacante voltou ao Brasil em 2011 para atuar no Atlético-MG. Com bom desempenho nos primeiros meses em que veio por empréstimo, foi comprado por cerca de R$ 20 milhões, tornando-se a contratação mais cara da história do clube mineiro. Mas perdeu espaço pela chegada de Jô na equipe e foi emprestado a Santos e Vasco, em que teve desempenho discreto. No retorno ao Galo, André se envolveu em polêmicas fora de campo, sendo flagrado em uma casa noturna, e foi duramente cobrado pela torcida. O investimento no atacante tornou-se prejuízo.
— O Atlético perdeu mais de R$ 13 milhões neste negócio. Ele não deixou saudade aos torcedores pelos atos de indisciplina — conta o repórter Luis Martini, do Globoesporte de Minas Gerais.
Acerto com André é mesmo o fim de uma antiga e grande obsessão do Grêmio?
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Passada a turbulência em Belo Horizonte, André se reencontrou no Sport. Cedido ao time pernambucano, o centroavante empilhou gols em 2015 sob o comando de Paulo Roberto Falcão no Campeonato Brasileiro. O destaque o levou ao Corinthians no ano seguinte. Mas, no clube paulista, André decepcionou o técnico Tite. Assim, foi cedido ao Sporting, de Portugal, onde também teve passagem apagada. Só voltando a Recife, no início do ano passado, que André voltou à boa forma, marcando 27 gols na temporada pelo Sport.
— O Sport foi o porto seguro do André. Sempre que esteve em baixa, se recuperou aqui. Foi um dos líderes do grupo, peça fundamental para o time. Aqui, mostrou disciplina e nunca faltou a treinos — explica Filipe Farias, repórter do Jornal do Commercio, de Recife.