Do Atlético-GO ao tri da Libertadores. No futebol brasileiro, poucos jogadores tiveram ascensão tão rápida em 2017 quanto o volante Michel, do Grêmio. Quando ele chegou, em janeiro, para integrar um grupo que recém conquistara o pentacampeonato da Copa do Brasil, vinha com a desconfiança de ser egresso da Série B. Quando o ano terminou, havia sido eleito o Bola de Prata e participado da conquista do tri da Libertadores.
A lesão sofrida na metade do ano, contudo, que forçou uma cirurgia no joelho esquerdo, fez com Michel passasse a sofrer forte concorrência por uma vaga no time. De algum modo, o volante terá praticamente que partir do zero em 2018.
— Agora, é recomeço. É tudo de novo. Uma briga acirrada no meio-campo. Maicon é nosso capitão, Arthur é jogador de seleção, Jailson teve um grande crescimento. Eu vim da cirurgia. Tive uma recuperação muito boa, estou 100% para voltar este ao — garante Michel, que, com um sorriso, transfere a responsabilidade para o treinador. — A preocupação é para Renato. Só temos de trabalhar e dar o melhor dentro de campo.
Os desafios não são pequenos. Campeã da Libertadores, Michel sabe que a equipe passará a sofrer uma cobrança dada vez maior de seus torcedores. A receita, segundo ele, é repetir o máximo possível da fórmula.
— Eu acho que não tem que mudar nada. Renato é muito inteligente e sabe no que cada jogador pode contribuir. Se fizermos a mesma coisa, vai fluir tão bem como no ano passado confia.
Tantas foram as homenagens feitas por torcedores durante as férias que só agora Michel diz ter sentido "a ficha cair". Ele conta que, a cada encontro com amigos e familiares, era obrigado a relatar, com detalhes, como havia sido o seu ano. O desempenho do Grêmio também era lembrado nas conversas. O que, segundo o volante, faz crescer a responsabilidade.
— A cobrança será maior de parte da torcida. Mostramos um futebol muito bom em 2017 e precisarmos superar em 2018. Não podemos parar. O mínimo que temos de fazer é mostrar o mesmo. Dar títulos ao Grêmio e elevá-lo ao topo do futebol mundial — afirma.