Não há como negar que rolou uma tensão por conta do medo de que uma reedição do Mazembaço acontecesse na tarde desta histórica terça-feira, 12 de dezembro. Afinal, o bom time mexicano exerceu um considerável domínio sobre o Tricolor na primeira etapa, tendo até chances de abrir o placar e teve mais posse de bola. Ali no primeiro tempo, aliás, começava a saga de um dos personagens cruciais na vitória sofrida e épica contra o Pachuca, que nos leva para a final do Mundial de Clubes: Bruno Cortez.
Ao travar o atacante mexicano Honda, que deixou Geromel para trás e se encaminhava para entrar cara a cara com Marcelo Grohe, Cortez começou a escrever seu nome entre os grandes jogadores deste jogo histórico. Ali, ele mostrou uma doação e um senso de colocação impressionantes, salvando, literalmente, o time.
No segundo tempo, conseguimos dar alguma equilibrada no jogo, o time mexicano parece ter sentido o peso de ter jogado 120 minutos na fase anterior do Mundial, e tivemos grandes chances, como na falta batida por Edilson.
Na tão temida prorrogação, apareceu, novamente, a estrela de Cortez. Recuperou uma bola que parecia perdida, cobrou o lateral para o outro predestinado da tarde, o atacante Everton.
Tantas vezes de atuações regulares, ele teve seu dia de craque, e mostrou ser iluminado, como naquela partida contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil, em 2016, quando tudo parecia perdido e ele entrou e empatou o jogando, garantindo nossa classificação.
E, na tarde desta terça, Everton seguiu o conselho do mestre Renato Portaluppi: entrou na área, foi empurrando o zagueiro do Pachuca para trás, e o defensor não tinha muito o que fazer, a não ser um pênalti. Dali, Everton guardou um golaço, histórico.
Depois, voltamos a ser o Grêmio, aquele que, em vantagem, domina o adversário e faz o jogo rodar a seu favor. Terminamos o jogo mais perto de fazer o segundo gol do que de tomar o de empate. Nada de "Mazembaço" ou "Pachucaço". Estamos na final, é o que importa. Que venha o Real!