O Grêmio vai a Lanús tentar o que San Lorenzo e River Plate não conseguiram: segurar a vantagem em La Fortaleza. Mas o que faz o time de Jorge Almirón para buscar as viradas em frente a seu torcedor? Abaixo, quatro pontos que o Grêmio terá de neutralizar na missão de retornar da Argentina com o tri.
1) Bola no chão, sempre
A busca pelos passes curtos, pelas triangulações e tabelas é a característica mais evidente do Lanús. Mesmo quando está em desvantagem, o time argentino não a abandona. O primeiro gol da virada sobre o River Plate é um bom exemplo. Depois de perder o primeiro jogo por 1 a 0 e estar em desvantagem de 2 a 0 no segundo, o Lanús trabalhou a bola de um lado ao outro e, em nenhum momento, recorreu a chutões ou cruzamentos. Resultado: encontrou Sand na área para marcar. Ainda que o Lanús mostre alguns pontos vulneráveis no momento de se defender, dificilmente o Grêmio vai deparar com um adversário desorganizado para atacar.
2) Forte dos dois lados
Os lados do campo são amplamente utilizados pelo Lanús. Na direita, destacam-se as jogadas coletivas. Há triangulação entre o veloz lateral Gómez, o extrema Alejandro Silva e o meia Román Martínez. Do lado esquerdo, o time confia mais na individualidade de seu principal jogador. Rápido e com facilidade no drible, Lautaro Acosta faz com que a equipe seja mais contundente.
3) Sand encosta do lado direito
Entre as jogadas mais frequentes e perigosas do Lanús está o deslocamento de José Sand, encostando do lado direito para receber e, assim, "carregar" o zagueiro adversário para fora da área. Jogadores como Alejandro Silva e Martínez se aproveitam para infiltrar no espaço deixado pelo centroavante, aparecendo na área para finalizar. Nos dois últimos gols da virada sobre o River, vê-se a importância desse movimento do camisa 9. No terceiro, Sand aparece como um ponta pela direita, e cruza rasteiro para Silva dominar e servir Acosta. No quarto, o camisa 9 está, mais uma vez, posicionado aberto pelo lado. O meia Pasquini, então, se projeta à frente e é puxado pelo zagueiro, em pênalti marcado com o auxílio do vídeo.
4) Marcone é quem distribui o jogo
Volante mais recuado do time de Almirón, Iván Marcone é decisivo para fazer a bola rodar. Tirar-lhe o espaço é uma das tarefas importantes para brecar o Lanús. No primeiro tempo na Arena, o Grêmio bloqueou bem a saída pelos lados, mas Marcone, pelo meio, teve liberdade. Assim, iniciava as jogadas com qualidade. Na segunda etapa, com Jailson e Arthur mais avançados para tirar espaços, também, na região central, o volante caiu de produção. E o Lanús também. É com o volante que a equipe começa e recomeça o jogo, seja com o bom primeiro passe ou como opção de desafogo quando o adversário breca uma investida ofensiva. Se os volantes gremistas não tiverem posicionamento tão agressivo, já que há uma vantagem a ser defendida, seria prudente que Luan e Barrios ao menos incomodassem Marcone para impedi-lo de distribuir a bola.