Não só os gols de Lucas Barrios alimentam o sonho do Grêmio de alcançar o Corinthians na tabela. Também a solidez da dupla Geromel e Kannemann serve de aval para que o time não jogue a toalha no Brasileirão, ainda que oito pontos o distanciem do líder.
Os números da dupla são eloquentes. Em 25 partidas em que ambos estiveram lado a lado, o Grêmio não sofreu gols em 14. Foram seis partidas seguidas, entre 21 de maio e 15 de junho, sem que o Grêmio fosse vazado.
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Em seus momentos de conquista, o Grêmio sempre teve fortes duplas de zaga, em que a característica de um defensor completava a de outro. Em 1983, por exemplo, ano da primeira Libertadores e do Mundial, juntavam-se a técnica de Hugo de León e a força de Baidek.
– Foi uma dupla que marcou época. Eu tinha força, uma forma simples de desarmar. De León tinha técnica. Gostaria de ter jogado mais tempo a lado dele. Teríamos conquistado muito mais títulos no Grêmio – aposta Baidek.
Como empresário, Baidek diz fazer, há longo tempo, um acompanhamento da carreira de Geromel, cujo maior período deu-se na Europa. Para ele, trata-se de um jogador de ótima qualidade récnica e posicionamento. Para Kannemann, também sobram elogios.
– Ele deu a agressividade que a zaga necessitava. Não dá espaço para ninguém. Para ele, não tem bola perdida– comenta.
Também entrou para a história do clube a dupla de 1977, formada por Ancheta e Oberdan. O time daquele ano, treinado por Telê Santana, quebrou a hegemonia regional que o Inter mantinha desde 1969.
– Eu me vejo um pouco em Geromel – confessa Oberdan. – Ele tem muito esforço, vontade de ganhar, está sempre preparado para chegar na bola. A única diferença é que eu tinha mais impulsão.
Geromel e Kannemann atuaram juntos pela primeira vez em 24 de agosto de 2016, na vitória por 1 a 0 contra o Atlético-PR pela Copa do Brasil, em Curitiba. O entrosamento que se vê hoje custou, contudo, a acontecer.
Basta lembrar, por exemplo, que os dois formavam a zaga na derrota por 3 a 0 para a Ponte Preta, dia 14 de setembro, em Campinas, que decretou a queda de Roger Machado.
O que se verificou, a partir da chegada de Renato Portaluppi, foi uma alteração na forma de marcação. Geromel e Kannemann passaram a marcar "homem a homem", e não mais por zona, e isso fez com que a dupla se consolidasse.
– Geromel e Kanemann são o que melhor uma dupla de zaga pode ser: complementares. Um sofistica, o outro simplifica. Entendem-se no olhar, têm mobilidade, não exatamente velocidade. Formam a melhor dupla de zaga do Brasil– entende Maurício Saraiva, colunista de Zero Hora e comentarista da Rádio Gaúcha e da RBS TV.
A dupla em 2017
25 jogos dos 42 do Grêmio
59% dos jogos como titulares
14 jogos sem levar gols (6 seguidos entre Atlético-PR, em 21/5 e Fluminense, em 15/6)
17 gols sofridos em 2017
Geromel
28 jogos
1 gol
1 assistência
55 desarmes
922 passes certos
6 cartões amarelos
Kannemann
32 jogos
1 gol
2 assistências
38 desarmes
1017 passes certos
9 cartões amarelos
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