Sempre que o Grêmio não alcança a final do Gauchão faz um fiasco. Quem investe o que o Grêmio investe, quem monta o elenco que o Grêmio monta, tem a obrigação de chegar à decisão. Vamos ver o rival disputar o caneco com o bravo Noia.
O fiasco é potencializado pelo fato de termos poupado os titulares pela Libertadores no meio da semana. Pois descansado, o Grêmio foi previsível, falhou na bola aérea e teve pontaria risível nas penalidades. É o segundo no qual não chegamos à final. O rival pode ser hepta.
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Descansado, o time de Renato não teve força para vencer o Noia fora de casa. Isso é preocupante. Tudo o que sobrou no penta da Copa do Brasil faltou nas semifinais do Estadual. Faltou futebol, defesa e postura. E teve a substituição inútil de Renato, que colocou Lincoln frio apenas para bater o pênalti. Deu no que deu.
Luan e Bolaños, os craques do time, jogaram como se tivessem corrido no barro na quinta-feira por 90 minutos. Sumiram, se arrastaram. Pedro Rocha repetiu a média da temporada, ou seja, pouco efetivo. Em geral, foi uma atuação estéril, sem criar chances com lucidez. O gol de Barrios nasceu numa roubada de bola e a única boa chance depois foi num festival de rebotes. Com bola no chão ou lance ensaiado na parada, não criamos nada.
Mesmo sem brilho, saímos na frente. E daí veio a postura de quem afina. Diante de equipe organizado e operária, com folha de pagamento muitas vezes inferior, decidimos administrar o jogo. Em vez de sair para matar, o Grêmio se acomodou. Pagou com a falha na bola parada. Aliás, a bola aérea azul está sofrível no ataque e na defesa, o que denota falta de treino.
Renato, elenco e direção merecem ser cobrados pela eliminação precoce. Não há nem sequer a desculpa da maratona de jogos, do cansaço. O Grêmio foi incompetente e precisa corrigir os erros. Há tempo para isso, a temporada é longa e os principais títulos estão em jogo.
Ano passado, tivemos essa mesma fiasqueira e saiu o penta no final do ano. Falhas foram revistas, as principais apenas no segundo semestre, com a saída de Roger. Renato que acertou a mão, agora estagnou. Repito, seu time está óbvio, troca passes horizontais, faz tabela tico-tico na quina da área e na bola aérea fracassa.
Digerindo o fiasco, vamos para o jogo da Libertadores. Espero ver a postura de vencedor, o ímpeto na marcação e a presença real em campo dos homens de frente. Ficou o dever moral de vencer o Guaraní.
* ZH Esportes