O Grêmio mostrou que não está a fim de ser campeão brasileiro. Parece ficar contente em disputar outra vez um lugar no G-4. É o recado depois de um empate constrangedor com o lanterna América-MG. A postura tricolor foi de conformismo total.
Em Minas Gerais, o Grêmio empatou com uma equipe que tinha oito pontos em 48 disputados, que vinha de sete derrotas consecutivas (tendo levado um sacode em casa do Santa Cruz) e que foi goleada na Copa do Brasil por 4 a 1 pelo Fortaleza, um time da terceira divisão.
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Cabe ao torcedor ficar muito irritado e decepcionado. Era uma rodada para mirar o topo da tabela. Com a derrota do Palmeiras, bastava vencer um virtual rebaixado para igualar o novo líder Corinthians. Pois vimos um time lerdo e molenga em campo. Agora, o Grêmio olha o retrovisor. Foi ultrapassado pelo Santos, caiu para quarto e vê Galo e Flamengo se aproximarem.
É difícil aceitar um desempenho tão opaco em uma partida na qual o América chegou a pressionar o Imortal. Um time que pretende ser campeão ignora os desfalques e vence, nem que seja por 1 a 0, um lanterna de campanha sofrível.
Aquela atuação vibrante contra o São Paulo não se repetiu. Douglas, que fez uma baita partida uma semana antes, apenas trotou. Negueba, que estreou bem como titular no domingo passado, foi uma negação, repetiu a média de sua carreira. E Bolaños não transforma em gol o investimento milionário do clube em sua contratação.
O equatoriano passou em branco de novo. Duas vezes a bola do jogo caiu em seus pés. Errou em ambas, uma para fora e outra na trave. Eram lances complicados, mas Bolaños custou uma fortuna justamente para converter chances difíceis. Por ora, ele repete Vargas – selecionável, caro, badalado e pouco eficiente.
O tropeço também passa por uma irresponsabilidade de Edílson. Em um carrinho besta, tentando uma balaca típica de boleiro de várzea, o lateral levou o merecido vermelho e tirou qualquer chance de abafa no final. Ele merece ser multado pela direção.
Enfim, é difícil digerir uma oportunidade perdida de brigar pela liderança. O Grêmio de Roger Machado se repete: vacila em momentos decisivos. É assim desde que o técnico assumiu a casamata tricolor, há mais de um ano. Como torcedor, tenho de nutrir a esperança e cobrar a mudança nesta sina. Por ora, fica a cristalina impressão da falta de ambição tricolor.
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