Roger Machado foi escolhido como o treinador revelação de 2015. A escolha, unânime, envolveu cronistas locais e nacionais. Mas o seu time, na atual temporada, não lembra em quase nada a competitiva equipe do ano passado. O coletivo vai mal, as individualidades também.
Pelo ritmo atual, a Libertadores é quase uma causa perdida. O Grêmio precisará exibir um futebol ainda desconhecido em 2016 se quiser alcançar a classificação. Deverá pontuar no Exterior. O bom San Lorenzo escancarou todas as fragilidades gremistas.
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As cinco falhas de Roger:
1) O treinador participou ao lado da direção da escolha das contrações. Trouxe três homens para a defesa. Ninguém convenceu depois de três meses de trabalho. Roger esqueceu de pedir, exigir, um lateral esquerdo. Numa defesa de quatro, salvam-se Marcelo Grohe, da Seleção, e Geromel, o melhor zagueiro do país. A despedida de Erazo fragilizou o setor defensivo. A saída de Walace, machucado, afetou toda a zaga.
2) Sem reforços qualificados, Miller Bolaños é pura exceção, o treinador precisou chamar jogadores que não deram certo na temporada passada. Apostar em Fernandinho não tem o menor sentido. A titularidade de Giuliano precisa ser questionada.
3) Roger falha sistematicamente nas substituições de segundo tempo. O erro mais grave foi contra o San Lorenzo. Ele sacou Douglas e Luan. Apostou equivocadamente em quatro atacantes. A bola cruzava o meio-campo, voava entre a defesa e o ataque. O jovem Lincoln seria uma boa opção. Ramiro equilibraria mais o setor. Faltou consistência defensiva ao time.
4) O ataque gremista falhou outra vez. Everton esteve com a felicidade do jogo no pé direito. Errou a conclusão, mas ele é o que mais chuta. Outra vez, em jogo na Arena, o ataque não apareceu. Sem ataque, nada anda. Sem meio-campo, não há ataque que funcione. Com dois centroavantes, incrivelmente, ninguém os alimentou, especialmente em bolas laterais.
5) Roger ainda é um treinador em formação. É inteligente, estudioso e articulado. Tem muito futuro no Grêmio e na profissão. Mas talvez precise de mais suporte no clube. Ajudar o treinador quando o time não anda bem é função de dirigentes e de quem trabalha no departamento de futebol. Diálogo faz bem. O que acontece com Roger entre janeiro e março?
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