Atílio Genaro Ancheta é um dos maiores zagueiros da história do Grêmio. Foi um símbolo do clube, de 1971 a 1979. Hoje, aos 67 anos, o uruguaio se divide entre os shows de música latina e em acompanhar o neto Rodrigo, volante do sub-19 do Grêmio.
O senhor foi campeão da América em 1971, com o Nacional. Acha que o time do Grêmio está pronto para a Libertadores de 2016?
Ainda precisa de um bom centroavante, um homem de frente que seja goleador. Além de jogadores que atuem mais pelas laterais. Sinto falta disso no time atual. Gostaria de ver a equipe atuando no 4-5-1, com laterais atacando com força e chutando a gol também. Espero que a direção consiga contratar, pois não está fácil. Acho que a zaga está bem representada. Gostaria apenas de nais atenção. Correções, que todos necessitamos fazer sempre para seguirmos nos aprimorando.
Voltando ao ataque. Está difícil encontrar um goleador. O artilheiro do Brasileirão é Ricaro Oliveira, por exemplo.
Verdade. E também não se vê atacantes como antigamente, matadores. Falta jogador no mercado. O futebol decaiu um pouco, no aspecto técnico. Treinadores e clubes se preocupam muito com a preparação física e se esquecem da questão técnica. Também acho que deveriam se preocupar com a atitude dos atletas, permitir que eles arrisquem mais, que possam fazer a jogada certa sem medo de errar. Deixar que joguem para fazer gol, com gana de gol. E não se gabar de ter tantos por cento de posse de bola ao final do jogo. Estamos perdendo a alegria das grandes jogadas.
O futebol brasileiro ficou pobre? Perdemos a técnica?
Precisamos voltar a ter fome de gol. É preciso ser um pouco saudosista para voltarmos a ter um bom futebol. Aí que está o segredo. Talvez tivéssmos mais técnica antigamente porque não perdíamos tanto tempo com a preparação física. Os campos eram muito ruins, então, tínhamos de ter uma boa técnica para dominar a bola. O Brasil está prendendo demais o jogo, amarrando demais o jogo com a marcação que é exigida. Isso retrai as pessoas e a torcida. Vejo muito atleta jogando a bola para fora por medo de perdê-la. Além disso, percebo que hoje ninguém mais tem tempo para nada, nem para corrigir erros. Lá atrás, saíamos dos treinos e ficávamos mais uma hora no campo, treinando, corrigindo os erros. Hoje, acaba o teino e todos saem correndo. Esquecendo os detalhes, as correções.
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