O Grêmio está fora da Copa do Brasil. O Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) julgou na manhã desta sexta-feira o recurso gremista pela reversão da exclusão da Copa do Brasil, aplicada em 3 de setembro, depois de um caso de injúria racial por parte da torcida ao goleiro Aranha, do Santos. Em vez da exclusão, os auditores optaram, por 6 a 1, pela perda de três pontos do Grêmio na competição - o voto derrotado decidia por aplicar a perda de apenas um ponto.
Na prática, como o time perdeu o primeiro jogo para o Santos por 2 a 0, fica com -3 pontos, contra três pontos do Santos. Desta forma, o Grêmio não teria chances de classificação às quartas de final. Por quatro votos a três, o STJD também definiu que não há a necessidade do segundo jogo.
Sem injúrias racistas, torcida do Grêmio pega no pé de Aranha na Arena
O julgamento
No início da sessão, o Grêmio exibiu um vídeo institucional de combate ao racismo. Logo em seguida, o Procurador do STJD, Paulo Schmitt, defendeu a manutenção da exclusão gremista na Copa do Brasil, perda de mandos e aumento da multa.
- A Procuradoria espera o mesmo tratamento. Se foi contra o Esportivo, que é um clube mais tímido, tem de ser contra o Grêmio. Quando o clube teve a oportunidade do reencontro, vaiou o goleiro - resumiu.
O advogado gremista Gabriel Vieira falou na sequência.
- O Grêmio vem trabalhando a fundo o combate ao preconceito há quase 10 anos. O Grêmio agiu antes, 10 anos antes. Agiu no curso, com mensagens que passam nos telões. E agiu depois. Não sei o que será do Grêmio se sairmos daqui com a pecha de clube racista - argumentou.
Michel Assef Filho, que também representou o Grêmio, destacou que o clube não poderia ser punido pela postura de alguns torcedores.
- A prova é de que uma pessoa disse a palavra macaco. É repugnante e absurdo. Os outros fizeram gestos. O que eu vi neste vídeo, inclusive, foram pessoas fazendo gestos repudiando os que discriminavam.
Assef Filho lembrou de um caso do Paraná Clube durante a edição atual da Copa do Brasil, quando dois jogadores praticaram ofensas racistas contra um adversário - o clube foi apenas multado. A defesa dos árbitros também se manifestaram.
O primeiro a votar foi o relator Paulo Salomão.
- Eu não considero o Grêmio um clube racista, nem o povo do Sul racista. Não é este o enfoque da condução do meu voto.
Ele votou pela perda de pontos do Grêmio, e não pela exclusão. Como o time gaúcho perdeu o primeiro jogo por 2 a 0, na prática, a decisão tem o efeito parecido, ao tirar o Grêmio da competição sem a necessidade do segundo jogo. Além disso, o voto foi pela manutenção da multa. Salomão também manteve a punição ao árbitro Wilton Pereira Sampaio, de 45 dias, e 30 dias para os assistentes.
Ronaldo Piacenti acompanhou o relator no voto seguinte em relação ao Grêmio. Sobre o árbitro, alterou a fundamentação da punição, mas manteve a pena.
O terceiro voto foi de Flávio Zveiter. Apesar de afirmar que o Grêmio tomou atitudes preventivas para combater o racismo, o auditor votou pela pena de perda de três pontos e deixou sob responsabilidade da CBF a realização do segundo jogo.
- Não compete ao Tribunal definir se haverá ou não a partida. Isso caberá à CBF - explicou.
José de Arruda Silveira Filho também votou a favor de perda de pontos, determinando a eliminação gremista. Gabriel Marciliano Júnior teve a mesma posição. Décio Neuhaus e Caio Rocha seguiram os colegas, completando a votação. Rocha, no entanto, optou por votar na perda de apenas um ponto - o voto derrotado, na prática, também tiraria o Grêmio da competição.
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