O Gre-Nal 438 reserva um duelo interessante, mesmo sem envolver posições com os protagonistas dos dois grande rivais. Os laterais Reinaldo, do Grêmio, e Bustos, do Inter, peças fundamentais nas estratégias de Renato Portaluppi e Mano Menezes, serão colocados frente a frente no clássico de domingo, às 20h, na Arena. A dupla tem tudo para promover um dos embates táticos mais importantes da partida. E não apenas como defensores, mas também com a expectativa de contribuição na hora de atacar.
Os lados do campo viraram espaços importantes dentro das estratégias dos técnicos dos dois times. Com o acúmulo de jogadores na faixa central, e cada vez menos espaços no setor, os laterais ganharam destaque novamente nos últimos anos.
— Bustos resolve algo que era muito cobrado pela torcida, que era o time não ter os dois pontas. Ele é praticamente um ponta com a bola (pela direita). Tem boa chegada, velocidade e até finalização. Mauricio abre o corredor para que ele possa chegar ao ataque. A lógica da utilização do Reinaldo é muito parecida. Ferreira caía para dentro e abria espaços. Agora, com os cinco meio-campistas jogando por dentro, é uma situação semelhante. Renato gosta disso, de ter os lateais no campo de ataque — avalia o analista Gabriel Corrêa, coordenador de conteúdo do portal Footure.
Rubens Cardoso viveu a rivalidade Gre-Nal pelos dois lados. O ex-lateral-esquerdo projeta que o confronto que acontecerá pelos lados do gramado da Arena tem o potencial de influenciar de maneira decisiva no resultado do clássico.
— Já marquei grandes laterais. Vai muito de como a equipe irá se comportar. Marquei uma vez o Arce, que não apoiou tanto, mas ficava para construir pelo meio. Então eu subia mais, quase como um ponta, para dar esse combate. Talvez Bustos segue um pouco mais e tenha outro jogador nas costas do Reinaldo. É uma questão de estratégia — projetou.
Pelo lado do Grêmio, Gilberto avalia que Reinado preenche os pré-requisitos necessários para ter sucesso na posição. Lateral-esquerdo da equipe de Tite no início dos anos 2000 e reconhecido por sua qualidade com a bola, o ex-jogador aponta que o atual dono da posição no Tricolor pode ser uma arma importante para o clássico.
— Precisa ser um jogador de muita força, tem resistência e técnica. Hoje o lateral é praticamente um ala. A maioria dos laterais são potentes e com técnica. Qualquer clássico gera no atleta um pouco mais de ansiedade. O torcedor pressiona para vencer. Uma partida como essa exige confiança para jogar — apontou.
Luiz Carlos Winck fez história como lateral-direito do Inter na década de 1980. Na avaliação do agora técnico, Bustos é peça fundamental para a estrutura montada por Mano Menezes.
— Hoje, o lateral marca e joga o tempo todo. Participa muito ofensivamente por vir de trás, o que o dá a chance de ver os espaços. É praticamente um atacante vindo de trás. O Bustos mostra ter muita qualidade. Eu, particularmente, gosto muito. Entendo que os dois irão se chocar no um contra um. Como os meias do Grêmio e o Mauricio também jogam muito por dentro, imagino que em alguns momentos eles irão ter o duelo direto — projetou.
Os números deste ano dos jogadores ainda são modestos. O lateral-direito colorado tem uma participação em gol, com assistência. Em seis jogos no Gauchão, o lateral-esquerdo tricolor marcou um gol.