O Campeonato Gaúcho chega na fase final e uma coisa é indiscutível: Luizinho Vieira é o melhor treinador da competição, com larga vantagem. O comandante assumiu o comando do Ypiranga em novembro de 2021 e já está vendo o resultado de seu trabalho aparecer no campo. A equipe de Erechim teve a melhora campanha da primeira fase do Gauchão e conquistou a classificação para a grande final da competição após eliminar o Brasil-Pel, na última quarta-feira (23), com uma vitória por 3 a 1, após perder no Bento Freitas, por 1 a 0.
— Uma das coisas que eu aprendi no futebol e serve para qualquer momento da vida e em qualquer profissão que é: você vai sair de casa e se encarregar de produzir. O futebol ele é muito desgastante em cima dessa produção, mas ele me ensinou a pensar diferente. Daria o mesmo trabalho pensar só em não cair, porque tu estabelecerias um projeto para lutar contra o rebaixamento, enquanto com o mesmo trabalho e, talvez, um passinho à frente, de pensar diferente em alguns conceitos, tu mudas os teus objetivos — explicou o treinador em sua entrevista coletiva, pós vitória sobre o Brasil-Pel.
A forma de jogar com a posse de bola e marcando os adversários no campo de ataque, também é um conceito aplicado por Luizinho na equipe de Erechim. Independentemente do adversário que esteja enfrentando, o Ypiranga mantém o padrão de jogo trabalhado desde a pré-temporada por Luizinho e sua comissão técnica.
— Procuramos transportar o jogo para o campo do adversário e não pensar pequeno. Ser agressivo, tentar recuperar a bola o mais rápido possível e depois ter qualidade de construção. Foram esses os conceitos que a gente colocou e que vai ao encontro do que o futebol brasileiro pede. Ter um futebol vistoso, agradável e não só no espetáculo, mas sim de pensar grande. Ter bem definidos os dois momentos do jogo. Quando for para atacar, atacar com qualidade e quando for para defender, se defender no campo dos adversários. É função do técnico vender ideias, e o grupo comprou muito em cima da honestidade e da transparência — comentou o treinador de 50 anos.
Desde que assumiu o Ypiranga, Luizinho ainda não perdeu pontos dentro do Colosso da Lagoa. São sete jogos disputados e sete vitórias. Todas elas marcando, pelo menos, dois gols. Dentre os resultados positivos, está uma vitória sólida diante do Inter por 3 a 1, na primeira fase do Campeonato Gaúcho. Fora de casa, a campanha não é tão sólida. São seis partidas, três empates (Brasil-Pel, São José e Juventude) e três derrotas (Novo Hamburgo, Grêmio e Brasil-Pel).
A partir do próximo sábado, Luizinho Vieira vai em busca da glória. Ou do ápice de sua carreira, como ele mesmo caracteriza. Pela segunda vez em sua carreira, disputará uma final de Gauchão. A primeira, ainda como jogador, perdeu para o Inter quando era atleta do 15 de Novembro, em 2004. Aquela final ficou marcada pelo encerramento precoce da prorrogação da partida, pelo árbitro Carlos Eugênio Simon.
— Fui campeão catarinense, bicampeão paranaense e vice-campeão gaúcho como atleta. É um momento ímpar você chegar na final do Campeonato Gaúcho, naquela oportunidade, a gente até merecia dar a volta olímpica contra o Inter. Agora, eu tenho mais uma oportunidade de chegar ao ápice do futebol gaúcho, que sempre me deu muito. Eu sou catarinense, mas a minha história dentro do Rio Grande do Sul como atleta é gigantesca. Fiz 84 gols e eu devo muito ao futebol gaúcho. Me sinto gaúcho. Quem sabe né? Temos dois jogos pela frente para tentar fazer o melhor possível, pensando grande em busca de chegar ao título, o que seria espetacular — finalizou.