
Todo garoto que inicia seus passos no Grêmio sonha, um dia, jogar na Arena e ter a chance de conquistar um título com o estádio lotado. Erick certamente esperou por esse momento, mas ele não chegou enquanto atleta do Tricolor. Deixou o clube gaúcho aos 20 anos, antes de se profissionalizar, rumo ao Vejle Boldklub, da Dinamarca. Mas, agora, terá essa oportunidade. Só que vestindo outra camisa, a canarinho, do Ypiranga, no jogo de volta da final do Gauchão.
— Tenho muitos amigos que são as tias da cozinha, os seguranças. O pessoal é muito gente boa, converso com eles até hoje — contou sobre as relações que manteve no clube da Capital, em entrevista à Rádio Gaúcha.
O atacante de 25 anos é um dos principais destaques do campeonato. Inclusive, é um dos artilheiros, com cinco gols, ao lado de Elias, do Grêmio. Marcou duas vezes na vitória sobre o Brasil-Pel, na partida de volta da semifinal do Estadual, que garantiu o time de Erechim na decisão pela primeira vez em sua história.
Natural de Pelotas, Erick chegou ao Grêmio aos 13 anos, vindo do Sudeste Futebol Clube, clube parceiro do Tricolor na cidade do Sul do Estado. Conquistou diversos títulos na base gremista, como Gauchão sub-13, sub-14, sub-15, sub-17 e a Taça BH, em 2012. Além disso, foi artilheiro da Copa do Brasil sub-17, em 2014.
No início da carreira, ainda na base do Grêmio, Erick atuava como centroavante. Considerado baixo para a posição, com 1m72cm, chegou a dizer que se inspirava em Romário para ter sucesso na função mesmo com a baixa estatura. Porém, com o passar dos anos, começou a ser utilizado como atacante de lado, tal qual tem atuado em Erechim.
Além do futebol dinamarquês, atuou por Boa Esporte, Pelotas, Glória, Hercílio Luz, Inter de Lages, Avenida e Nova Mutum antes de chegar ao Ypiranga, no ano passado. Em 2021, contudo, disputou 23 jogos e não balançou as redes nenhuma vez. Neste ano, em contrapartida, foram cinco gols em 14 jogos — o que lhe rendeu um contrato de empréstimo com o Vasco para a disputa da Série B.
Assim, o guri que deixou o Grêmio sem ter realizado o sonho de disputar um título como profissional na Arena terá a chance de atuar no estádio e, quem sabe, dar a volta olímpica. Tudo bem que o clube veste amarelo, e não azul. Mas pode ser a chance que ele imaginava desde a infância, e ainda uma despedida de luxo do Ypiranga.