Os dois homens suspeitos de terem arremessado a pedra, que atingiu o ônibus do Grêmio e causou o adiamento do Gre-Nal neste sábado (26), foram liberadas pela Polícia Civil por falta de provas. De acordo com o delegado Rodrigo Reis, coordenador das Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento de Porto Alegre (DPPPA), não foi possível provar, por meio dos vídeos disponibilizados pelo Inter, que ambos causaram o ataque à delegação gremista.
— Os torcedores ontem (sábado) identificadas pelo Sport Club Internacional, e apontados para a Brigada Militar, não foram autuados porque não havia provas indicando de forma consistente que eles fossem os atiradores, que arremessaram pedras e paus contra o ônibus do Grêmio. O que conseguimos angariar foram imagens de câmeras de vigilância do Internacional e de celulares, mas nestas imagens os dois sujeitos não parecem arremessar paus e pedras. As testemunhas apresentadas pelo Batalhão de Choque, que foram dois motociclistas, disseram que as pessoas eram muito semelhantes às apresentadas pelo Inter, mas ao final concluíram que não se tratavam daquelas pessoas. Elas estavam no local, isso a gente pode afirmar e inclusive elas admitem isso. E conseguimos outra testemunha que admite que estava ali, mas as imagens não demonstram que eles arremessaram e nem as testemunhas — declarou ele, em entrevista ao programa Domingo Esporte Show, da Rádio Gaúcha.
Conforme o delegado, a dificuldade em identificar os envolvidos se dá pelo fato de o incidente ter ocorrido na avenida Edvaldo Pereira Paiva, próximo de onde excursões vindas de Gramado e Canela desembarcavam mais de 100 torcedores, que se dirigiram ao Beira-Rio posteriormente.
— O fato se deu em via pública. As pessoas tinham descido de três excursões que já temos a identificação. Uma delas (excursões), com todos torcedores identificados e outras duas ainda vamos identificar. Eles desembarcaram e vinham em comboio quando o ônibus do Grêmio passou e aí ocorreu o arremesso de pedras e paus. Então, foi do lado de fora do complexo do estádio e estas duas pessoas (suspeitos detidos) não fazem parte da torcida organizada. Sequer são sócios do Inter. Vieram do interior do Estado e estavam no meio de vários outros torcedores. Estes outros, arremessaram as pedras. Inclusive, a gente nem pode considerar este sujeito como torcedor, mas como marginal. Quem arremessou é um homicida e, por isso, vamos trabalhar para identificar esta pessoa para que ela fique presa por um tempo — explicou.
Por conta da gravidade do incidente, o delegado ainda afirmou que as investigações continuam e, assim que a pessoa for identificada, será indiciada por tentativa de homicídio. A pedra arremessada atingiu o rosto de Villasanti, causando traumatismo craniano no volante gremista.
— Nossa interpretação é que o ato não se trata de dano ou lesão corporal, mas homicídio tentado. Quem arremessa aquela pedra pesada, contra um ônibus em movimento, não queria danificar o ônibus ou lesionar pessoas. Ele queria matar. Foi esta a interpretação que a gente deu. Então, registramos ocorrência e vamos encaminhar à delegacia responsável — concluiu.