Inter e Grêmio chegam no clássico em situações opostas. Enquanto o Colorado vive um momento de instabilidade com técnico Alexander Medina e ainda precisa de pontos para encaminhar sua classificação para a semifinal, o Grêmio lidera a competição, está próximo das semifinais e a estreia de Roger Machado ajudou a superar a trajetória inconstante de Vagner Mancini.
Diante deste cenário, GZH consultou seus colunistas para saber quem chega melhor no confronto de sábado (26), no Beira-Rio, e o impacto que o resultado pode causar na sequência de trabalho dos treinadores.
Quem chegaria melhor seria o Grêmio, caso Roger Machado deixasse em campo os jogadores que deram fluidez e velocidade ao time na sua estreia. No entanto, na ideia de retomar o mesmo trio de meio-campo que perdeu para o Frederiquense três dias antes, isto é, três marcadores de origem, este levíssimo favoritismo se dilui.
O resultado ruim impactaria especialmente o Inter, que, desde a derrota para o Ypiranga, só ganhou um jogo. O trabalho de Medina está tão atrasado quanto o da direção colorada, mas as consequências recairiam só no profissional.
Quem chega melhor no Gre-Nal é o Grêmio. O Inter não soube aproveitar os primeiros jogos do Campeonato Gaúcho, teve dificuldade em quase todos e levou gols. É um time muito longe de ser aquele time que a gente possa dizer assim: é um time confiável. Está tendo dificuldades imensas e, mesmo que o Grêmio tenha ganho do São Luiz, que é muito pouco, não é um parâmetro. O Grêmio evoluiu e vai para o Beira-Rio com a vantagem de ser o líder, com a vantagem de ter ganho enquanto seu adversário perdeu.
Eu acho que não dá pra ti tentar corrigir teu filho na escola em novembro. Tu tens que corrigir ele março, para que ele tenha um bom ano letivo, para que ele possa atingir o objetivo de superar mais um ano de estudo. Mudando isso para o futebol, está na hora do Cacique mostrar para que veio. Chega de fazer essas substituições malucas. Chega de vermos o Inter não ter coisa nenhuma para atacar e ser falho defensivamente. Se o Inter perder, corre o risco de ficar fora dos quatro é pelo menos uma rodada e pode impactar, sim, na mudança de treinador. No Grêmio, não. É início de trabalho e confia no Roger. Claro que, se toma uma porrada no Gre-Nal, já volta aquela desconfiança toda. Mas como isso parece pouco provável, para o Grêmio não tem grande grande diferença.
Nenhum dos dois chega melhor. O Grêmio tem um jogo bom com Roger, mas é uma partida apenas. O time vinha fazendo um campeonato muito ruim também em termos de rendimento, parecido com o do Inter, só tinha mais pontos. E uma partida é insuficiente para declarar um favoritismo ou até quem chega melhor. Talvez o ambiente do Grêmio tenha melhorado um pouquinho, mas me parece insuficiente para dizer quem chega melhor. Esse Gre-Nal realmente não tem favorito.
Com relação aos treinadores, eu não tenho dúvida de que uma derrota seria mais negativa para o Cacique Medina, porque ele tem contra si um técnico que começou "ontem". O trabalho dele também está começando, mas ele tem uma pré-temporada inteira e oito jogos no Gauchão. E se ele perde o Gre-Nal, ele terá o seu adversário recém chegado conseguindo produzir um futebol um pouco melhor. Então o peso do Gre-Nal está maior do lado do Inter. Uma derrota não demitiria o Medina, a não ser que tome uma supergoleada, mas seria bem mais negativa.
As equipes chegam iguais no Gre-Nal. Gosto das duas escalações, pois representam o melhor que Inter e Grêmio podem apresentar na temporada.
Para o Roger não tem consequência uma derrota. É uma vitória lhe dá mais tranquilidade para seguir trabalhando. Para o Inter, porém, a pressão é maior quanto ao trabalho do Medina. Desse modo, o resultado pode ter influência na sequência do treinador.
Os dois chegam muito parecidos, mas há um ambiente melhor, menos tensionado, no lado do Grêmio. Foi uma estreia promissora do Roger e resultado expressivo. Ele encontrou um caminho mais rápido, que o Medina ainda está procurando. No trabalho dele, ainda está encerrando a fase experimentações e esboçando a montar um time.
Nem uma goleada pode impactar no caso do Roger, pois são só 10 dias de trabalho. Claro que um resultado contundente abala a estrutura. No caso do Inter, mesmo uma derrota não vai mexer, pois há um projeto a longo prazo, que não pode ser balizado pelo Gauchão e pelo Gre-Nal. A proposta de mudar o DNA do time requer tempo até se estabilizar.