Os estádios de futebol do Rio Grande do Sul devem voltar a receber público no próximo final de semana, na sétima rodada da Divisão de Acesso. Em entrevista ao Timeline, da Rádio Gaúcha, o presidente Luciano Hocsman confirmou que a FGF aguarda a publicação do novo decreto do governo do governo estadual para começar a se organizar.
— A gente tem de esperar a publicação, que me parece que será entre hoje (quinta-feira, 2) e amanhã (sexta). A partir daí, a vigência (do retorno dos torcedores) deve começar no final de semana. Havendo a possibilidade de organizar isso, a Divisão de Acesso vamos fazer com público — falou.
Conforme anunciado pelo governador Eduardo Leite na quarta-feira, a volta da torcida deve respeitar o limite de 40% da capacidade de cada setor, com o estádio recebendo no máximo 2,5 mil pessoas.
— Acredito que a decisão tenha sido para ver o comportamento, não largar já em um número muito alto, como ocorreu em outros Estados e depois ocorreu um retrocesso. Me parece que a cautela que o governo tomou foi neste sentido — comentou Hocsman.
Isso ocorreu em Minas Gerais, onde Cruzeiro e Atlético-MG mandaram partidas com presença de público no Mineirão, o que acarretou em aglomerações também no lado de fora do estádio. O teste foi reprovado pela prefeitura de Belo Horizonte, que proibiu novamente a abertura dos portões.
No Rio Grande do Sul, um dos primeiros jogos com torcida deve ser o clássico entre Bagé e Guarany, domingo, no Pedra Moura. O estádio do Bagé hoje comporta 7.123 pessoas, suficiente para chegar aos 2,5 mil limite. Fernando Figueira, presidente do clube, diz que aguarda as autoridades para saber quais protocolos serão adotados para garantir o retorno dos torcedores.
— A expectativa é grande, o momento que todos os clubes esperavam está perto — disse o dirigente, em contato com a reportagem de GZH.
Na Série A, demora deve ser maior
Para Grêmio, Inter e Juventude, no entanto, o tempo de espera tende a ser maior. Isso porque os times das séries A e B definiram junto à CBF de que as partidas do Brasileirão só ocorreriam com os portões abertos quando houvesse liberação em todos os Estados. Portanto, não basta que haja autorização no RS, é preciso que o mesmo aconteça onde os adversários mandam seus jogos.
O combinado é diferente na Copa do Brasil. Como o torneio é de mata-mata, pode haver público desde que seja nos jogos de ida e volta. Por exemplo, o Grêmio, que recebeu o Flamengo na semana passada, poderia abrir a Arena desde que o time carioca pudesse fazer o mesmo no duelo do próximo dia 15.
O Flamengo, aliás, é uma das equipes que já mandou jogo com pessoas nas arquibancadas. Isso ocorreu pela Libertadores, no Mané Garrincha, em Brasília. No Rio de Janeiro, o público segue vetado.
Situação em outras praças do RS
Pelotas e Rio Grande
No sul do Estado, o Comite Regional de Enfrentamento à covid-19 irá discutir o tema na próxima semana. A tendência é de liberação ao municípios. O presidente do comitê e prefeito de Jaguarão, Flávio Telis, disse que protocolos ainda estão sendo estudados e que o modelo será votado na próxima reunião com os prefeitos da região, que deve acontecer na segunda-feira. As prefeituras de Pelotas e Rio Grande também aguardam o encontro para definir os próximos passos nas cidades.
— Optamos por esperar essa semana ainda, e estudar um pouco mais esse anúncio. A tendência é liberarmos, acompanhando a decisão estadual — prevê Telis.
Em relação aos clubes, o presidente do Brasil-Pel, Nilton Pinheiro, ressalta é preciso ter protocolos eficazes para liberar o público.
— Enxergamos com bons olhos, mas temos que ter muita cautela. Antes de tudo, queremos a segurança dos nossos torcedores. Estamos com a logística pronta para o retorno assim que a região e a CBF liberarem — explica o presidente.
Já com o São Paulo-RG, a situação também é parecida: a preparação do Estádio Aldo Dapuzzo ainda depende das liberações da prefeitura e da federação.
— Estamos ainda estudando de que forma vamos atuar. A partir desta sexta-feira vamos ver de que forma poderemos cumprir os protocolos — afirma o presidente do São Paulo-RG, Deivid Pereira.
Santa Maria
Pelo menos até o final da próxima semana, ainda não haverá jogos com público nos estádios de Santa Maria e São Gabriel. A Associação dos Municípios da Região Centro, a AM Centro, vai iniciar na sexta-feira a discussão sobre o assunto, na reunião semanal do Comitê Regional em Saúde. Só depois disso é que a recomendação do grupo será votada pelos 33 prefeitos da Região Central. O mesmo vale para a Associação dos Municípios da Fronteira Oeste.
O Inter-SM já tem protocolos de ação para receber os torcedores. O Estádio Presidente Vargas tem capacidade para pouco mais de 6,6 mil pessoas. A direção alvirrubra já tinha feito as contas de quantos torcedores serão liberados por setor. Nas cadeiras e no setor de visitantes, 250 pessoas. No pavilhão B, que é a arquibancada coberta, 180, e nas arquibancadas normais, 1.800 torcedores. Esses números respeitam o limite de 40% de ocupação por setor e o máximo de 2,5 mil pessoas ao total no estádio.