O Juventude entrará na temporada 2018 sem projetar títulos. Mesmo com o exemplo do Novo Hamburgo campeão gaúcho, a intenção do clube da Serra é de trabalhar com seriedade, com pés no chão e de "beliscar uma final" no Estadual.
A razão para isso é clara. Segundo Jones Biglia, vice de futebol do clube, "o que aconteceu com o Novo Hamburgo este ano foi uma coisa excepcional". Ainda assim, o dirigente garante:
— Vamos entrar forte, dentro do que o orçamento permite — afirma, embora reconheça: — Temos uma dificuldade muito grande por conta da competição com as equipes do interior de São Paulo, já que os clubes de lá gastam uma verba alta de TV, muito maior do que a nossa, em quatro meses. Enquanto isso, o Juventude tem que trabalhar nos 12 meses.
Investimentos, ainda assim, vêm sendo feitos. Para 2018, chegaram dois jogadores com boas passagens pelo futebol do Estado. Um deles é Jô, atacante que até já passou pelo Alfredo Jaconi, mas se destacou vestindo as cores de Cruzeiro-RS e São José, com quem ainda tem contrato. O outro é Amaral, volante que estava no Náutico e venceu o Gauchão com o Novo Hamburgo em 2017. Além deles, foram contratados os meias Fellipe Matheus (ex-Boa) e Leandro Lima (ex-Fortaleza).
Por outro lado, 17 atletas não renovaram. E dois deles são bem conhecidos no futebol gaúcho: o meia Wallacer, que foi para o Criciúma, e o centroavante Tiago Marques, que rumou para o Jeju United, da Coreia do Sul.
Tiago Marques, por sinal, chegou a receber proposta dos coreanos no meio da temporada. Em junho, os asiáticos ofereceram cerca de R$ 1,5 milhão pelo jogador que terminou a competição com 11 gols, cinco a menos do que os goleadores Bergson (Paysandu) e Mazinho (Oeste). O Juventude, no entanto, rejeitou o negócio.
— Foi uma aposta que fizemos na época. Falar depois dos fatos ficaria mais fácil, seria o filósofo do acontecido, mas naquela época liderávamos o campeonato, estávamos entre os quatro (primeiros colocados) e entendemos que valia investir na permanência dele. Para tentar continuar fazendo aquela campanha que surpreendia a todos e quem sabe buscar o acesso ao final da competição. Não foi possível, mas entendo que não foi errado porque buscamos dar a condição de trabalho para que pudéssemos atingir o objetivo daquele momento. E o Tiago era, naquele período, o principal jogador do Juventude e, me arrisco a dizer que naquele momento, naquele recorte de competição, o principal jogador da Série B, inclusive — comenta Biglia.
Técnico do Juventude, Antônio Carlos Zago terá à disposição no Gauchão um grupo de cerca de 28 atletas mais os jovens da base. Posteriormente, para a Série B — o clube também disputará a Copa do Brasil, contra o Interporto-TO na primeira fase —, fará contratações pontuais.